Dá pra manter o charme e um pouquinho de glamour na pracinha, ainda que nos pés. Imagem Dulci Dantas |
No post Adaptando e Reduzindo o Closet, eu falei sobre como a minha opção por deixar o trabalho para cuidar da minha filha em período integral impactou o meu estilo de vestir. Mas confesso a vocês que onde eu primeiro senti a necessidade de mudança foi nos pés, quero dizer, nos sapatos.
Quando me tornei mãe, passeava diariamente empurrando o carrinho pelas ruas até a pracinha. Voltei a andar a pé, prática que eu havia abandonado aqui em São José dos Campos, pois só andava de carro. Então optei por usar sapatilhas e, no máximo, um salto estilo anabela. Depois que o bebê "desceu do carrinho", eu "desci do salto". Logo eu, que usei salto até para ir para a maternidade. Eu estranhei. Meu marido estranhou também, porque estava muito acostumado a me ver sempre encima de saltos, tanto para trabalhar como para passear. Mas como eu ia correr atrás da criança, quando ela disparava pela pracinha ou pela rua? Como eu ia entrar no parquinho de areia? Caminhar pela grama com a pequena? E carregar os doze quilos no colo na volta para casa?
Sou daquelas mães que leva a criança para passear e deixo ela brincar, se sujar, rolar. Fico desesperada quando vejo uma mãe ou um pai levar a criança no parquinho, e dizer para ela com voz brava: "Não pisa na areia para não sujar o seu sapato!". Ué? Porque levou a criança então? Para olhar as outras brincando? Como é possível pisar na areia e impedi-la de entrar nos sapatos?
Por esses motivos todos precisei adaptar meus pisantes. Os passeios mais gostosos com a Melina eram, e continuam sendo, ao ar livre, em parques, jardins, pracinhas e praias. Quase não frequento o shopping com ela. Foi uma verdadeira mudança de cenário na minha vida. Eu, tão urbana, passei a frequentar a natureza. E, com isso, troquei de sapatos literalmente. Decidi que era hora de me adaptar a esta nova fase da vida - na mente, no corpo, no closet e na sapateira, para então curtir bons momentos junto com minha Melina.
Eu não curto tênis. Para mim é um calçado para academia e atividades esportivas. Nunca me sinto arrumada de tênis, e acho que ele me engorda porque encurta minhas pernas. Apesar de ser carioca, gosto de chinelos só para ir a praia, piscina ou em casa. Rasteirinhas, para mim, são como Havaianas. Então o jeito foi optar pela sapatilha. Primeiro, eu destruí uma sapatilha linda indo a pracinha. De tanto pisar na areia, na grama, na lama... a sapatilha se foi. Um dia, por acaso, vi uma sapatilha da Melissa que era, ao mesmo tempo, prática, resistente, confortável e charmosa. Depois das aventuras com a pequena Melina, era só chegar em casa e enfiar a sapatilha dentro do tanque e jogar água. Ficava novinha em folha!
Dupla dinâmica: Crocs e Melissa. Prontas para o que der e vier. #melinaandme #nósduas #semprejuntas Imagem Dulci Dantas |
Com a pequena não foi diferente. Precisei penar um pouco até descobrir que os sapatos perfeitos para Melina são um par de Crocs, para as atividades mais radicais, e uma Melissinha para os momentos menininha, com possibilidade de sapequices. A idéia é exatamente a mesma da sapatilha. Quando ficam muito sujos, jogo no tanque e escovo com sabão de côco e logo ficam prontos para o próximo passeio. Além de fáceis de limpar, tanto o Crocs como a Melissinha são fáceis de colocar e tirar, e a pequena já sabe calçá-los sozinha, apesar da preguiça. Para os dias de chuva, Melina tem uma galocha Crocs, que enfrenta qualquer poça de água ou de lama. Ela se diverte, e eu não esquento a cabeça.
Carnaval das meninas com muito confete e conforto. Imagem Dulci Dantas |
Com essa pequena mudança de estilo eu relaxei muito na hora de sair. Parei de sofrer cada vez que sujava e estragava um sapato de tanto pisar na terra, na água e no mato. Também me libertei da ansiedade, e da conta, de comprar um monte de sapatos para Melina, todos tão fofos mas tão caros! Na verdade, a criança usa muito esses sapatos tipo Crocs e Melissa para brincar. Aqueles outros lindos, tanto tênis caros como os sapatos de festa, acabam sendo usados pouquíssimo, e logo são perdidos porque os pézinhos não páram de crescer. Além de simplificar a sapateira, minha e de Melina, descompliquei também a hora de sairmos de casa, sobrando mais tempo e bom-humor para curtimos nossa vida juntas.