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O be-a-bá da papinha - Post 1

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Imagem pesquisada na web, sem referência de autoria.


Quando o bebê começa a comer papinhas, a rotina da cozinha e da mãe mudam também. A maioria  reclama porque é um trabalho a mais e, nem sempre, a adaptação da criança é fácil. 

No início, eu tive algumas dificuldades para criar uma rotina de cozinha específica para as comidinhas da Melina e, conversando com outras mães, ficou claro que a maioria tem dúvidas, dificuldades e apreensões no momento de adaptar o bebê com a nova alimentação.

Por conta disto, decidi escrever uma série de posts compartilhando minha experiência, e dando algumas dicas de como faço no dia-a-dia com a minha pequena.

Antes de falarmos das papinhas propriamente ditas, há algumas coisas que acho importante dividir com vocês:

Nos primeiros seis meses de vida, só leite materno
A primeira coisa que toda mãe deve saber é que, até os seis meses de vida, o bebê não precisa de nenhum outro alimento além do leite materno. Nem água. Sim, isso mesmo. Nem água. O leite materno é um alimento completo que hidrata, nutre e fornece todos os anticorpos que o bebê precisa. Por isso, até o sexto mês, não se preocupe em adaptar o bebê com papinhas ou sucos.

Alerta: Não se deixe abalar pela pressão de avós, tias, amigas e demais pessoas que vão tentar te convencer a iniciar a alimentação do bebê precocemente. Ainda não descobri porque as pessoas ficam tão ansiosas para retirar o bebê do peito da mãe, e introduzir alimentos ainda no quarto ou quinto mês de vida. Não ceda. Seu bebê não precisa dessa comida além de não possuir maturidade intestinal para isso. Até o sexto mês, só leite materno.
Observação importante: Para os casos de mães que não conseguiram amamentar seus bebês por motivos vários, há fórmulas especiais para este fim.

Confie no seu pediatra
A partir do sexto mês, o pediatra provavelmente vai passar orientações específicas quanto a introdução de alimentos, água e alguns complementos vitamínicos. Vale dizer que a orientação dos pediatras varia bastante, e sugiro que você confie no médico que você escolheu. Se você ficar comparando com as orientações dos pediatras dos filhos das suas amigas, tem grande chance de ficar desorientada diante de tantas contradições. Portanto, confie no seu pediatra e no seu "instinto materno". 

No nosso caso, o pediatra liberou primeiramente um lanche de fruta e o almoço, por dia. De resto, Melina se alimentava de leite materno. O jantar foi lberado com sete meses e meio, e após o oitavo mês de vida foi introduzida uma fruta como sobremesa após o almoço. A orietação que eu tive foi para oferecer sempre as frutas e não os sucos. Basicamente por dois motivos: Com o suco, a criança sempre acaba ingerindo uma quantidade maior de fruta (em outras palavras, mais açucar), e com uma quantidade muito reduzida de fibras, que acabam ficando no bagaço que resta na peneira ao coar o suco. Em um post específico vou explicar como preparo as frutas para a Melina.

O medo do novo
É muito comum as mães ficarem inseguras e com um pouco de medo no início da alimentação do bebê. Se você se sente assim, você é uma ótima mãe e totalmente normal. Se esforce, no entanto, para não passar isso para a criança. Para o bebê, tudo é novidade e eles costumam se divertir com isso. Mas, se você fica tensa, séria, nervosa, falando sem parar, cantando, pulando para distrair o bebê na hora de comer, o mais provavel é que ele acabe ficando agitado, tenso e hiperestimulado, o que pode fazê-lo recusar a comida. Portanto, um ambiente calmo e uma mãe tranquila são fundamentais nesse momento. Vamos falar disso adiante. 

É apenas uma refeição
Você vai precisar de alguns utensílios específicos que vão ajudar na tarefa de alimentar o bebê, mas não será necessário comprar muitas coisas. Resista a tentação de comprar pratinhos, colheres, copos, babadores demais. Vá testanto aos poucos. Falarei do enxoval de alimentação do bebê em um post específico e dos itens que deram certo aqui em casa.

Ser natural não significa que será automático
Muitas pessoas pensam que, pelo fato do ato de comer ser da natureza do ser humano, isso significa que você não precisa ensinar a criança a comer. Engano. O bebê sabe sugar o peito da mãe ou a mamadeira. No início ele terá o reflexo de jogar a língua para fora e, consequentemente, cuspir a comida fora. Isto é muito comum. Não significa que o bebê não gostou da comida, apenas que ele não sabe o que fazer com ela. Com paciiencia, um pouco de insistência e jeito, o bebê aprende a abrir a boca para receber a colherada de comida, e depois engoli-la.

Essas foram algumas observações iniciais que julgo importante quando o assunto é o "be-a-bá das papinhas". Fiquem de olho nos próximos posts da série.



Dica prática de organização

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Não precisa parar um dia da sua vida para arrumar a casa.
Vá organizando por onde for passando.
Imagem via web sem referência de autoria.

Depois de ter lido alguns livros sobre organização (sobre os quais farei um post especial em breve), consegui absorver algumas dicas práticas no meu dia-a-dia. Algumas delas são muito simples mas realmente funcionam, o que me deixou bem feliz. 



"Se algo pode ser feito em até dois minutos, 
faça agora." 


Essa dica dos dois minutos varia de livro para livro. Alguns falam de um minuto, outros de dois e outros de três minutos. Eu decidi adotar a regra dos dois minutos. Enfiei essa regra na minha cabeça e a exercitei diariamente durante um mês. Todos os dias, o dia todo. Fiquei impressionada com a quantidade de coisas que podem ser feitas em apenas dois minutos, e como o resultado no final do dia faz diferença para a manutenção da organização da casa e da vida.

Se esforce para sempre devolver as coisas aos seus devidos lugares.
É mais rápido do que sair catando tudo depois.
Imagem via web sem referência de autoria.


Sabe aquele prato, copo e talheres sujos do café da manhã que você deixou na pia? Podem ser lavados em menos de 2 minutos;

A cama que você ficou com preguiça de arrumar e deixou toda bagunçada? Com a ajuda de um edredon ou colcha você pode deixar a cama arrumada em menos de dois minutos;

A toalha molhada e embolada de qualquer jeito no banheiro? Menos de um minuto para pendurá-la estendida para deixá-la secando;

Os brinquedos do bebê ou da criança espalhados pelo chão? Dois minutos para guardar;

Aquele telefonema para agendar uma consulta? Dois minutos;

Dar uma olhada na sua agenda para ver se não esqueceu de alguma coisa para fazer? Dois minutos dá e sobra;

Dar uma olhada na geladeira, nas frutas e elaborar uma lista de compras para uma ida ao supermercado? Dois minutos;

Retirar frutas, verduras e legumes passados e jogá-los fora para não apodrecerem e dar mau cheiro na sua cozinha? Dois minutos;

Pegar a roupa que você acabou de tirar ao chegar da rua e pendurá-la no cabide? Dois minutos;

Devolver um objeto que estava fora do lugar - bagunçando o ambiente - e devolvê-lo para o seu lugar correto? Dois minutos.

Um minuto para guardar a toalha pendurada no seu devido gancho.
Para quando você for tomar banho novamente ela estar seca, e não toda embolada e úmida.
Imagem via web sem referência de autoria.


Passou no banheiro? Recolha as toalhas molhadas e pendure no secador. Dois minutos!
Imagem via web sem referência de autoria.


Colocar o lixo pra fora. Dobrar duas ou três camisetas que ficaram jogadas encima da cama, na hora que você estava se decidindo com que roupa sair, e guardá-las no armário. Recolher um sapato que ficou jogado e colocá-lo na sapateira. Guardar uma panela ou travessa no armário da cozinha. Recolher um ou dois copos que estão fora do lugar.

Em dois minutos você separa por cor as roupas para lavar e as coloca dentro da máquina.
Num outro momento você gasta mais dois minutos para programá-la e ligá-la.
Roupas sujas acumuladas nunca mais!
Imagem via web sem referência de autoria.

Não precisa fazer tudo de uma só vez, porque aí deixará de ser apenas dois minutos. Mas, a medida que essas coisas forem atravessando o seu caminho dentro de casa, se pergunte: Posso organizar. arrumar, limpar, providenciar, resolver, solucionar isto em dois minutos? Posso tirar isso da minha frente em dois minutos? Se a resposta for sim, faça imediatamente. Não pense. Apenas faça.

Essa dica de organização foi especialmente importante para mim porque, com bebê, não é possível se programar para nenhuma atividade de longa duração como, por exemplo, organizar o armário, fazer faxina na cozinha, arrumar a sala. Bebês muito pequenos não negociam a espera. é certo que a criança vai solicitar minha atenção bem no meio da atividade. Então, fracionar as atividades em pequenos blocos de poucos minutos me ajudou muito a manter as coisas minimamente arrumadas e funcionando. Com um pouco de disciplina e rotina eu não acumulo bagunça, desordem nem atividades pendentes. 

Experimente pôr essa dica em prática, diariamente, ao longo de uma semana e depois me diga se você sentiu diferença na sua casa e no seu cotidiano.

Só um detalhe: Se você não se organiza porque não tem tempo, essa regra vale ouro. Mas não permita que redes sociais e email roubem esses minutos preciosos do seu dia-a-dia. Celular e computador acabam tomando mais tempo do que podemos imaginar.



Terras imaginárias

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Imagem via http://ignitelight.tumblr.com/


Eu fui do oito ao oitenta. Depois de vinte anos de dedicação exclusiva aos estudos e a carreira, agora estou exclusivamente dedicada à minha família, nossa casa e vida doméstica. Se está sendo fácil? Claro que não. Mas meus valores e crenças me dizem que esse momento de vida era necessário e que, no futuro, terei mais gratidão a este momento do que sou capaz de imaginar hoje. Como tenho tanta certeza? Meu coração que falou. 

Sério, tenho pensando muito sobre esse viver nos extremos. Como se a vida fosse uma corda com duas pontas. Em um momento eu puxava de um lado, e agora puxo do outro. Ou como se a vida fosse dividida em duas terras diferentes, com uma ponte no meio. Ou você está de um lado ou do outro. Eu me pergunto: Porque não vivi as últimas duas décadas com um pouco mais de equlíbrio? Até agora encontrei três respostas somente:

Devido a origem humilde de minha família, fui educada pelos meus pais para estudar, estudar, estudar e "ser alguém" nesta vida. Com os estudos eu conseguiria uma vida melhor, melhor do que a luta diária na qual eles viviam, trabalhando muito, ganhando pouco, construindo sempre. Apesar da minha mãe me levar com ela no supermercado, me ensinar como se faziam as coisas dentro de casa, meu foco era estudar e trabalhar, pois sempre estudei & trabalhei

Devido ao fato de ter morado até os vinte e nove anos na moradia cedida pelo emprego do meu pai. Meu pai foi porteiro zelador em um edifício no Rio de Janeiro por mais de trinta anos. Cresci lá. Era a nossa casa, mas não era a nossa casa, entendem? A gente não podia reformar nem mexer muito nas coisas. Além disso, o sonho dos meus pais era a casa própria. Acho que isso impediu que nos apropriássemos daquele espaço (ainda que temporariamente). Talvez por isso eu tenha crescido sem um vínculo (ou intimidade) com decoração, apropriação e organização dos espaços. Apesar de morar naquela casa, eu precisava estudar e trabalhar para poder sair dali.

Quando meu pai se aposentou e minha família se mudou para a sonhada casa própria que virou realidade, eu não os acompanhei. Eu estava iniciando a minha carreira em Moda. Meus pais se mudaram para o nordeste e eu fiquei no Rio, viajando pelo Brasil a trabalho. Eu tinha trinta anos de idade. Dali em diante começaram as minhas andanças e viagens para trabalhar. Por mais de dez anos eu trabalhei em cidades diferentes da qual eu residia. Eu passava a maior parte do meu tempo em hotéis (por isso gosto tanto do filme Amor sem escalas). Na minha casa, no apartamento alugado que eu tinha no Rio eu só ia trocar a mala, passar uma semana ou final de semana, e embarcar novamente. Até depois de casada, morando em São José dos Campos, eu viajava para trabalhar em Santa Catarina (novamente morando em hotéis durante a semana) ou para São Paulo e pelo mundo. Sempre trabalho, trabalho, trabalho. 

Eu não cozinhava, salvo raras exceções nos finais de semana. Uma macarronada ou algo parecido. Eu não planejava compras de supermercado. Comprava frios, vinhos, comidinhas. Mas comprar arroz, feijão, saladas, frutas... tipo cesta básica? Não, nunca. Administrar a despensa? Não precisava. Se não tivesse comida, a gente saía para comer fora. 

Fazer da casa um espaço funcional e organizado, ao mesmo tempo aconchegante, agradável e criador de boas memórias? Não era assim que eu via meu espaço doméstico. Comprava coisas que eu achava bonitinhas - um edredon, um vasinho de planta, flores. Mas não era nada muito pensado. Nós estávamos em casa somente a noite. A diarista vinha, ia embora e a gente nem se via. Eu até gostava de decoração mas não sabia nem por onde começar. Foi daí que nasceu o blog, para reunir minhas pesquisas na internet sobre idéias legais para a casa. Mas a verdade é que eu não conseguia ir muito além disso. 

E, pelo que incrível que pareça, a casa sempre foi limpa e arrumada. Nunca vivemos na bagunça nem na sujeira. Mas eu não tinha intimidade com esse lado doméstico da vida. Com a chegada de Melina, veio a reforma do nosso apartamento, a pausa na minha carreira e a permanência diária dentro de casa. Senti que as coisas mudaram. Passei a organizar o dia-a-dia, planejar cardápios e as compras de supermercado (que agora, com os preços pela hora da morte, torna-se mais do que necessário), otimizei rotinas doméstcas. Encontro com a diarista duas vezes por semana. Deixou de ser diarista, tornou-se uma pessoa fundamental e parceira na nossa vida. 

Então estive refletindo a respeito desses extremos nos quais vivi. Acho que muita gente passa por isso. Dedica-se tanto ao trabalho que nunca teve tempo - ou vontade, foco ou necessidade - de saber cozinhar o próprio almoço. Aprender a pór uma mesa para que ou para quem? Criar rotinas para manter a casa funcionando e sob controle? Mais fácil deixar virar uma bagunça e depois tirar um final de semana para pôr tudo em ordem. Pior... Acredita-se que esse lado da vida é menor, menos valioso e menos interessante do que o lado "carreira-trabalho-emprego-dinheiro" da vida. 

Quando Melina nasceu, me conscientizei de que sou responsável por uma parte importante das memórias que ela terá de sua infância. Momentos, palavras, hábitos, cheiros, sabores da infância. Foi isso que me fez parar e me dedicar a construir um lar que fosse capaz de oferecer isso a ela. Se eu continuasse trabalhando, viajando e me ausentando como eu vinha fazendo antes dela nascer, eu não seria capaz de criar esse ambiente para ela e minha família. Abrir as janelas e dar bom dia sem pressa para o meu pinguinho de gente, que se espreguiça no berço. Cheiro de café e torrada pulando para despertar o dia. Cheirinho de refogado, mesa posta, um brinde para começar. Passeios no sol na pracinha. Um cochilo gostoso no meio da tarde. Um tapete aconchegante para rolar no meio das brincadeiras. Banho quentinho, pijama passado e cheiroso, colo de mãe para dormir.  Não temos pressa, não tenho que sair correndo para lugar algum. 

Tudo isso me faz pensar que, visando o melhor para o futuro dos filhos, às vezes os pais enfatizam demais um único aspecto da vida, cobrando que se dediquem quase que exclusivamente a este aspecto e deixando os demais de lado. Nessa vida quase que unilateral, é difícil até ter maturidade emocional para lidar com certas questões que pertencem ao terreno externo ao mundo do trabalho. Percebo a importância de educar os filhos para o equilíbrio. 

Indo de uma ponta a outra, encontro-me agora em outro extremo. Como seu eu tivesse atravessado a ponte e chegado nessa outra terra "família-casa-vida doméstica". Continuo dedicada a um aspecto somente e percebo a importância crucial de começar a aproximar os meus mundos, antes imaginariamente distantes. O caminho do meio ainda é o grande desafio do meu viver.


O be-a-bá das papinhas - Post 2

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Quero contar pra vocês sobre o que eu comprei, e o que realmente usei em matéria de utensílios, louças e babadores para meu bebê.

Hoje em dia não é nada fácil comprar itens de alimentação para um bebê, devido a variedade de marcas e itens. Há muitas coisas completamente supérfluas, e que só servem para você jogar fora o seu dinheiro. Além disso, há todo um discurso sobre materiais, formatos e outras estórias que, no final das contas, não faz diferença nenhuma. Eu lembro de um pratinho com uns bichinhos desenhados no fundo, e na embalagem dizia que os desenhos serviam para estimular o desenvolvimento da criança. Sinceramente, acho que algumas marcas forçam a barra do consumidor. Não vai ser o coelhinho que vai fazer o seu filho comer mais ou menos, pior ou melhor, convenhamos!

Você não vai precisar de muitas coisas. Para a fase inicial de amamentação, eu comprei um kit bem básico da Avent e nem usei tudo o que comprei. 

Nos primeiros seis meses

Esterilizador de mamadeiras para microondas. Comprei e usei bastante. Usei para esterilizar peças da bomba extratora de leite e, ainda hoje, uso para esterilizar potinhos para congelamento de papinhas. 


Mamadeiras. Comprei quatro unidades da marca Avent, duas grandes e duas pequenas. Usei as duas pequenas somente. Melina quase não usou mamadeira porque foi amamentada exclusivamente no peito, salvo cinco episódios que precisei me ausentar, e o pai ministrou o leite que deixei congelado em casa. Se você tem o firme propósito de amamentar seu filho no peito, não invista muito em mamadeiras. Tenha duas para emergências.  

Bomba extratora de leite. Foi fundamental na minha vida. Uma amiga me emprestou a bomba elétrica da marca Medela e é ótima. Usei intensamente nos primeiros quatro meses de vida da Melina, porque meu leite demorou para descer, depois empedrou e precisei fazer muitas massagens e retiradas de leite com a ajuda da bomba. Sem contar o leite que precisei congelar para os dias que precisei me ausentar. Item básico, fundamental, essencial e que vale cada centavo. Mas você pode alugar também. Muitos grupos de amamentação prestam este serviço.




A partir do sexto mês, com o início das papinhas


Panela com cesta para cozimento a vapor. Eu já tinha este item na minha cozinha. Utilizo bastante para cozinhar legumes no vapor para as papinhas, mas você pode usar uma panela tipo cuscuzeira, ou cozinhar os legumes na água. 

Mini processador. Eu tinha em casa um mini processador da Black&Decker que comprei para preparar temperos. Pois este pequeno eletrodoméstico tem me servido muito para preparar creme de frutas e papinhas. Por ser pequeno e possuir poucas peças torna-se muito prático de usar e rápido para lavar. 




Liquidificador. Tenho um super liquidificador com copo de vidro, que aguenta processar altas temperaturas e é ótimo para lavar, pois não fica engordurado nem com cheiro de comida. As papinhas de carne, frango e feijoadinha eu processo no liquidificador devido a temperatura (eu tiro quente da panela, processo e congelo imediatamente), a textura (a lâmina do liquidificador processa melhor as fibras da carne e do frango) e porque é mais fácil de lavar no final, sem ficar cheiro.

Copo de treinamento. Posso dizer que Melina foi do peito para o copo de transição, praticamente sem passar pela mamadeira. Comprei o da Avent mas não funcionou. O melhor copo, o que Melina aceitou com facilidade, foi o da Nuk, com bico de silicone para idade +6 meses. É caro, mas resolveu meu problema. Vou até comprar mais um. Eu não estava conseguindo fazê-la beber água. Já não é muito fácil fazer os bebês beberem água no início, com um copo que dificulta, pior ainda. Recomendo este da Nuk.



Pratos. Não comprei. Tenho potinhos de louça, que eu usava para sobremesa, nos quais cabe a porção exata que minha pequena come no almoço e jantar. Coloco sobre um pires ou prato de sobremsa para quando cair um pouco em volta. Ela já tentou pegar o prato e puxar para fazer bagunça. Mas eu a educo para não fazer isso, e ela parou de puxar. Eu costumo dar algum brinquedinho para ela segurar enquanto come. 

Colheres. Como o copo, a colher de silicone fez diferença para mim. A colher da Avent é dura e muito pequena. Comprei duas colheres de silicone da marca Girotondo que, por ser molinha, é mais fácil de colocar na boca da criança e movimentá-la, sem a preocupaçnao de machucar a gengiva. Item importante. Tente algumas até encontrar a que melhor se adapta pra você e seu bebê.

Existem algumas no mercado que acusam se a temperatura da comida está quente demais, mas eu acho isso bobagem. Eu sempre provo a comida que dou pra Melina.




Babadores. No início eu comprei um babador que a criança veste, todo feito em plástico. Parece um aventalzinho. Desastre total. A comida e os líquidos caíam e escorriam, sujando tudo e todos. Os melhores babadores são os de tecido na frente, forrados com plástico no verso. O tecido absorve o que cai, não escorre nada. E o verso de plástico impermeável não deixa a criança ficar molhada. Recomendo ter vários. Eu tinha meia-dúzia mas já providenciei mais. No início eu usava um babador por referição. Com o tempo, Melina aprendeu a comer e eu peguei o jeito, passando a sujar bem menos. 

Potinhos para congelamento de leite e papinha. Comprei um kit básico da Avent com um monte de potinhos plásticos - livres de BPA. São uns vinte potinhos, dez grandes e dez peqenos. Uso bastante, mas atualmente estou congelando algumas papinhas em potinhos de vidro. Eu realmente prefiro vidro para manipular e higienizar. 




Paninhos de prato ou jogo americano. Separei uns panos de prato coloridos para forrar a mesa e dispor o prato, a colher, o copo, os guardanapos e tudo mais. Eu literalmente coloco a mesa para a Melina, mesmo ela sendo um bebê de apenas nove meses. Acho mais fácil colocar a mesa e ter tudo a mão, e também acho importante educá-la desde sempre. Ela já está tão acostumada que não puxa o pano nem o prato. Ela já reconhece a mesa posta para o almoço e jantar, e fica dando pulinhos e jogando o corpo para a frente para comer. 

Paninhos de boca. Os tais paninhos de boca que utilizei quando Melina ainda era recém-nascida, e também por volta dos três meses - quando os bebês passam a babar muito - me servem agora para limpar a boca ou respingos de comida que caem na mesa, no meu colo ou coisa parecida. Estão meio surrados, mas continuam fazendo um belo serviço. 

Avental de cozinha. Eu sempre visto um avental de cozinha quando vou preparar as refeições e dar as papinhas para Melina. Comprei dois aventais bem bonitos, estampados. Isso ajuda a proteger minha roupa de eventuais respingos.

Cadeirão ou cadeira portátil. Resisti muito para comprar o cadeirão porque eu achava um trambolho, que iria ocupar muito espaço na minha cozinha. Dos seis ao oito meses, Melina comia sentada no meu colo, de frente para a mesa. Deu certo. Mas ela cresceu e começou a querer brincar e jogar coisas no chão. Daí achei que já era hora de sentá-la corretamente e educá-la a se comportar na mesa. Optei por um modelo de cadeira portátil da marca Cosco. Além de ter um preço mais acessível, achei mais prática. Quando dobrada - o encosto abaixa e encaixa no assento - fica bem pequena e pode ser guardada em qualquer canto. Coloco-a sobre uma das cadeiras da minha mesa de jantar. Também é fácil de limpar quando cai alguma comida ou líquido pois ela é toda fesita em plástico, sem tecido. E você ainda pode levá-la em viagens.





Esta é minha lista completa de itens que utilizo no meu dia-a-dia com a Melina. Vale ressaltar que este post não é patrocinado por nenhuma marca, que todas as minhas recomendações e indicações são resultado do uso e do bom resultado que obtive na tarefa de alimentar meu bebê.



Outras feminices

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Espelho, espelho meu... Existe alguém mais descabelada do eu?

Estou me tornando especialista em mudança de vida. Já foram tantas vidas diferentes dentro de uma só que corro o risco de me perder nas lembranças. 

Quando engravidei da Melina eu fiquei super vaidosa, mais do que era normalmente. Acho que gerar uma menina me despertou para feminices. Comprei vestidos, usava saltos (sim, desci do salto para ir para a sala de parto), maquiagem e sem contar que o cabelo ficou maravilhoso com todos os hormônios em cena.

Depois que o bebê nasceu foi uma reviravolta. Como tive alguns problemas e dificuldades com a amamentação, fiquei totalmente em função disto por dois meses e senti como se tivesse despencado dez andares. Mal conseguia tomar um banho sossegada, o cabelo vivia preso em um rabo de cavalo, não conseguia passar nem uma base no rosto, mal conseguia escovar os dentes. Unhas abandonadas a própria sorte.  Lembro até hoje a primeira vez que me maquiei minimamente - aquela maquiagem básica para tirar a cara de quem acabou de acordar - para sair pra passear com a Melina. Parecia que eu estava voltando à vida. 

Eu adoro maquiagem e não saio de casa sem ela.
Mas fui lembrada de que ela não me define.


Até hoje - já se foram quase onze meses - ainda não consegui retomar totalmente minhas rotinas de beleza - insisto, as básicas. Ainda vivo a maior parte do tempo de rabo de cavalo. Os banhos ainda são corridos. E as roupas, esse capítulo eu prefiro deixar para um post exclusivo. Metade eu perdi, e a outra metade não tem nada a ver com estilo mãe-com-criança-a-tira-colo.


Desafio para mães com bebês pequenos: Auto-maquiagem básica em 5 minutos.

Mas o que eu descobri com tudo isso é que a gente se cobra demais. A gente se impõe rotinas - de beleza, de vestir, de comer, de comprar, de parecer - e acabamos nos confundindo com essas rotinas. Quando não podemos sustentá-las por algum motivo, por falta de tempo, dinheiro ou motivo de doença ou outro qualquer, ficamos nos sentindo mal, como se não fôssemos mais nós mesmas. Somos muito duras e intransigentes com nós mesmas.

Bijuterias e acessórios de mãe. O melhor playground para crianças que existe na face da terra.


De repente, percebi que eu continuava sendo eu mesma, meio que a contragosto confesso, ainda que de cabelo preso, sem a maquiagem, as roupas elegantes usadas para trabalhar, os saltos, as jóias e bijuterias (são poucas as que as crianças não arrancam ou quebram). De repente, aquela criatura no espelho, vestindo calça jeans, camiseta e havaianas. Em casa, cozinhando para a pequena, trocando fraldas, amamentando ou rolando no chão. Aquela pessoa tão diferente no visual era eu mesma. Mesmas idéias, mesmo potencial mas com uma nova história e novas experiências para contar. 


Perfumes mil. No começo eu evitava minhas fragâncias mais fortes por causa do bebê.
Cheguei até a esquecer de alguns perfumes!


Percebo agora que muitas das pessoas que criticam mulheres que se tornaram recém-mães pelo seu "aparente desleixo" assim o fazem porque não entendem que não se trata de desleixo. Não entendem que aquela mulher está vivendo uma fase completamente nova e diferente. Leva tempo para se ajustar. Aliás, leva tempo para se redefinir porque nada mais será como era antigamente. Você pode voltar para suas roupas, mas será outra pessoa, e isso muda tudo. 


Um cantinho para se olhar verdadeiramente... e se enxergar.

Existem muitas formas de ser feminina e o fundamental é que sejamos nós mesmas. Com maquiagem ou sem, descabeladas ou alisadas, de salto ou de pé no chão, na seda ou de camiseta. Não importa. Descobrir a mulher de verdade que existe para além de todas estas capas é uma aventura - nem sempre fácil - mas essencial.



Espaço único

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Imagem via Pinterest


São muitas saudades. Saudades do blog, saudades dos leitores, saudades das idéias, dos textos, do planejamento, dos comentários, saudades de tudo. Após um ano e meio do nascimento de minha pequena Melina, a vida continua em transformação, em adaptação e muita dedicação. O tempo continua escasso, preenchido com minhas novas responsabilidades. Mas achei uma brecha, e corri para cá. Espero correr mais vezes. Afinal, caminhamos tanto com o Lar Dulci Lar nos últimos anos, como desistir dele? Não consigo. 

Criar e demarcar e se apropriar de um espaço só seu.
Imagem Apartment Therapy via Pinterest

Escolhi a imagem desse pequeno escritório pois ele simboliza a conquista e a demarcação (literal) de um espaço importante para nós. Todo mundo precisa de um canto para si, seja para pensar, para estudar, trabalhar, se embelezar, meditar ou o que for. Depois dos filhos é fácil perder esse espaço, e permitir que tudo acabe invadido pelas crianças. Eles sabem como se espalhar, não é mesmo? 

Para mim, nunca abri mão de uma escrivaninha para chamar de "minha", para meus papéis, minhas coisas, meus momentos. Sento na cadeira e junto meus pedaços, uno minhas partes, alinho sentimentos, pensamentos, palavras. Sonho, planejo, me comunico, visualizo, me expando a partir desse pedacinho de mundo. 

Minha escrivaninha virou trocador de fraldas durante o primeiro ano de vida da Melina. Depois, ficou seis meses soterrada por uma mistura amorfa de coisas minhas e dela. Revistas, agendas, roupinhas, meias, brinquedos... virou uma terra de ninguém! Aquele que, um dia, foi o QG do Lar Dulci Lar. Agora, pouco a pouco, começo a recuperar e delimitar meu espaço, com a consciência tranquila de que Melina precisa saber respeitá-lo assim como eu reconheço e respeito o dela. 

Não importa onde você se encontra. Crie seu espaço. Você precisa dele. Se aproprie dele e recrie o mundo a partir dele.


Colméia em festa

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Imagens Dulci Dantas e Suzana Rodrigues.

Decidimos comemorar o primeiro aniversário da nossa pequena Melina no Rio de Janeiro. Para quem não sabe, meu marido e eu somos cariocas, mas residimos no interior de São Paulo. No Rio esttá parte da nossa família e amigos de infância, adolescência e início da vida adulta. A maioria deles ainda não conhecia a nossa Mel. Então decidimos fazer uma festa de apresentação da pequena, e de comemoração do seu primeiro ano de vida fora da barriga. 


Bolo modelado com pasta americana.
Fica lindo e perfeito, mas confesso que não é o bolo mais delicioso do mundo.

Escolhi o tema "Colméia em Festa: É o aniversário da Mel!!". Ficou lindo, do jeitinho que eu queria! A decoração ficou com a querida Danielle Cardoso, que deu conta do recado maravilhosamente bem, inclusive driblando os imprevistos que sempre surgem de última hora. Super pró-ativa, tomou decisões e iniciativas das quais eu não tive conhecimento na hora, mas que resultaram em uma festa mais linda do que eu poderia desenhar.

Está na moda utilizar mobiliário de madeira, inclusive de demolição, em festas infantis.
Eu adoro o resultado. 

Inicialmente tínhamos planejado uma grande mesa retangular de madeira de demolição, com gavetas, de onde caíam flores até o chão. Mas a mesa não entrava no elevador, nem passava na escada. De última hora a Dani reorganizou tudo em mesas redondas, e eu gostei muito do resultado.O salão, presente de um casal de amigos muito amados, era enorme, todo branco e tinha três grandes portas de vidro. Para colorirmos um pouco o ambiente, e torná-lo um pouco mais aconchegante, a Dani colocou cortinas amarelas, de um tecido transparente e bem leve. E arrematou com flores. Mudou completamente o ambiente e foi um dos detalhes mais elogiados da festa. 


Cortinas para reduzir o ambiente e torná-lo mais aconchegante.
No alto, lanternas japonesas com pequenas abelhinhas simulam colméias.
E flores, muitas flores!

Uma das exigências que eu tinha para o decoração era a utilização de flores naturais. Amo flores, e acho que elas tem o poder de embelezar mais do que qualquer elemento artificial de decoração. 



Para as mesas dos convidados, eu mesma preparei vidrinhos e garrafinhas decoradas com renda e fitinhas, e a Dani providenciou as flores.

Potinho de geléia decorado com renda (presa com fita dupla face transparente)
e arrematado com fita de cetim.
Simplicidade para não roubar a beleza das flores.

O bolo de colméia foi feito a partir de uma imagem de referência que eu pesquisei na internet, e ficou simplesmente igual!!! Eram as abelinhas mais sorridentes e simpáticas que eu já vi. Mas, como comentei anteriormente, a pasta americana permite um modelamento perfeito, mas não é uma coisa deliciosa de se comer. Aliás, não tem gosto de nada. O recheio salvou, mas na próxima festa vou optar por um bolo tradicional.


Cupcakes de abelinhas felizes.

Docinhos de leite ninho.

E como a maioria dos convidados era de adultos, eu não fiz lembrancinhas para as crianças. Preparei potinhos de mel orgânico de flor de laranjeira, mel em sachet e pães de mel.

Potinhos de vidro comprados em loja de decoração de festas. Foram esterilizados em casa pelo marido, que também encheu com mel orgânico de flor de laranjeira. Enquanto isso, eu fazia o acabamento com tecido e fita de cetim. Comprei uma tesoura de picote redondo para facilitar o trabalho e dar um acabamento melhor.
Pães de mel de lembrancinha.


A festa foi linda, os amigos curtiram e nós ficamos felizes apesar de toda a correria e loucura. Para quem é mãe de primeira viagem é bom ficar sabendo que uma festa assim (e olha que nós só tínhamos cinquenta convidados) deixa a gente bem louca. E que é super normal a criança chorar, estranhar todo mundo e sair em várias fotos com bico de choro. A melhor dica que eu posso dar é: Escolha um horário que não mude demais a rotina da criança e, se possível, não faça uma festa com convidados demais e música muito alta, pois a criança se estressa demais e daí perde a graça. 

Uma outra dica legal que posso dar: Contratamos um buffet de comida salgada e bebidas que todo mundo adorou. A 2Party&Eat (aqui link do Facebook). Além das comidinhas e bebidas virem todas personalizadas com o tema da festa, eles oferecem uma opção de cardápio para bebês e crianças. A Melina e mais dois amiguinhos dela - todos bebês em fase de papinhas e comidinhas leves - tiveram um jantarzinho especial com macarrão cabelinho de anjo com creme de mandioquinha, suco de mamão com laranja e sobremesa de purê de maça com iogurte natural. Foi um sucesso e um alívio para as mães, que após a comidinha puderam ficar tranquilas e curtir um pouco mais a festa!

Esta é uma dica legal, pois é muito comum - para quem tem bebês - chegar em festas de aniversário e não ter nenhuma opção de comidinhas. A gente acaba tendo que levar um lanchinho ou fruta na bolsa. 


Festa do Trem com Pipoca

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Imagens Dulci Dantas, Andre Eleutheriadis e Cecília Falce

Em tempos de crise não está nada fácil fazer festa de aniversário para os pequenos. Ao contrário da festa de 1 ano da Melina (super planejada, desenhada, contratada e cara!), a festa de 2 anos aconteceu dentro de uma proposta bem caseira, simples, artesanal e feita com a ajuda dos amigos e da família. 

Ao completar 2 anos de idade as maiores paixões da Melina poderiam ser resumidas assim: Trem + Pipoca + Balões. Aqui em São José dos Campos há um trenzinho que passeia com as crianças nos finais de semana. Ele sai de um parque, dá uma volta pela cidade de aproximadamente 30 minutos e retorna. Melina vibrava e implorava todos os finais de semana para passear no trem, comendo pipoca e depois me pedia um balão de presente. 

O trenzinho de madeira fez sucesso! Simples e charmoso foi comprado na Oitopéia,
nossa loja de brinquedos preferida de São José dos Campos. 
















Como nosso salão de festas é muito pequeno e, felizmente, moramos em frente a uma pracinha (com parquinho para as crianças), tive a idéia de dar a festa na pracinha com pipoqueira, balões coloridos e direito a um passeio de trem. Foi sucesso total! Dentro do salão de festas preparei somente o necessário para o Parabéns: A mesa com bolo e docinhos, umas comidinhas simples para os pequeninos e bebidas. 


Mesa a espera do bolo.
Balões com acabamento de laços de fitas de cetim feitos pela vovó.

Toda a decoração ficou por nossa conta. Meu irmão enchia os balões, minha mãe dava os laços nos balões e eu ia prendendo na parede. Enquanto isso,  Melina pulava de alegria em meio a tudo e todos. 

E no copo de pipoca estouraram florzinhas!

Eu amo flores e queria muito fazer dois arranjos de flores naturais na mesa. Vi essa idéia das florzinhas brancas no copo de pipoca no Pinterest e reproduzi, acrescentando uma folha de papel de seda amarela e o balão com laçarote para dar mais destaque e altura ao arranjo.  




Hoje em dia existe uma variedade muito grande de brigadeiros e docinhos de festa. Eu optei pelos clássicos e comprei somente brigadeiro e beijinho na Brigadeiroca (São José dos Campos). E ganhamos de presente de duas grandes amigas uma caixa de bicho de pé (de morango) e outra de brigadeiros de limão siciliano. Uma delícia! Não sobrou nenhum!

Sucesso absoluto na festa! Brigadeiro de limão siciliano.
Presente da tia Ciça. Não sobrou nenhum!!!

A caixas utilizadas como base para os docinhos foram feitas por mim. Comprei duas caixas de presente na papelaria, utilizei a caixa e a tampa separadamente. Utilizei fita dupla face para forrá-las com papel listrado e de bolinha, comprados em uma lojinha de material para scrapbook. Em uma noite preparei as quatro bases.


Estrelinhas de papel cortadas uma a uma pela mamãe, e montadas em um palito. 


Uma das minhas preocupações com a comida eram os pequenos. Não preparei "comida e bebida para adultos", mas tive o cuidado de oferecer algo que as mães pudessem dar de lanchinho aos menorzinhos. Tínhamos crianças a partir de um ano e meio na festa, e sei bem como as mães ficam preocupadas com a hora de comer. Sei também que bolo de chocolate e brigadeiro nem sempre é opção para esta idade. Então preparei biscoitos de polvilho e copinhos com frutas, além de suco de uva integral sem açúcar nem conservantes. As saladinhas voaram!!! E os biscoitos também!!! E é muito bom ver a cara de alívio das mamães que não precisam sair correndo da festa porque precisam dar algo para as crianças comerem. 


Mini gaveteiro de madeira desmembrado. As gavetas viraram bandejas para os docinhos e
o corpo do gaveteiro proporcionou altura ao arranjo. Precisa mais?





No copo de pipoca sai biscoito de polvilho? Sai, sim senhor!

Saladinha de frutas rápida e gostosa: Morango + Uva Thompson + Uva Crimson

Também o bolo foi feito com muito amor e carinho por uma amiga da família. Eu escolhi o mais clássico dos clássicos: Chocolate com cobertura de brigadeiro! Na festa de aniversário de 1 ano (veja  AQUI)  eu optei por um bolo com pasta americana e não gostei muito. Apesar de ter ficado um bolo lindo, ele não era saboroso. Já no aniversário de 2 anos optei pela simplicidade saborosa. E como tudo foi feito com muito amor, ganhamos de presente esse trenzinho de enfeite, feito à mão pela filha da boleira. A Melina amou!


Tem bolo melhor do que chocolate com cobertura de brigadeiro?
O enfeite de trem encima do bolo foi presente da D. Maria e da sua filha, que carinhosamente prepararam o bolo da Mel.


Foi uma festa delícia! O passeio de trem - embalado por uma trilha sonora de sucessos infantis da década de oitenta e muito rock n'roll divertiu e encantou a todos. O dia de sol fez os balões e as crianças brilharem na pracinha. E o "Parabéns pra Você" foi vivido com alegria por todos, mas principalmente pela Melina. Ao final da festa nós estávamos felizes e nem um pouco cansados. Nos sentíamos relaxados e alegres por tudo ter dado certo e por ter sido feito com simplicidade, sem estresse e com um quarto do valor da primeira festa. Dá pra acreditar? Foi um aprendizado para os próximos anos: Menos é mais, de verdade!




Um lugar para descansar

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Imagens via Pinterest

Educar as crianças para o sono é um dos maiores desafios que pais enfrentam na empreitada de criar filhos. Sempre que um recém-pai ou mãe encontra ou conhece outros recém-pais logo surge a pergunta: "O bebê dorme a noite toda?"ou " Dá trabalho pra dormir?". A privação de sono nos primeiros anos de vida é um mal para toda a família. Sofre a criança, sofrem os pais e irmãos. 

Há por aí muitos livros, textos, dicas e receitas que tentam ensinar os pais a criar uma rotina do sono para as crianças. O sonho de qualquer pai e mãe é que as crianças adormeçam diariamente no mesmo horário e cumpram toda a noite de sono, em torno de onze a doze horas. 

Curiosamente e, contraditoriamente ao meu ver,  tenho observado no mundo da decoração uma proliferação de quartos infantis multicoloridos, hiper decorados e muito excitantes. Alguns quartos mais se parecem com mini-creches ou espaços kids. Cores vibrantes, muitos brinquedos expostos, mini araras de fantasias a disposição, bibliotecas com dezenas de livros ao alcance da criança, materiais de desenho e pintura. Com tudo isso dentro do espaço do quarto, não me admira que as crianças não durmam. Quem vai querer dormir com tantas coisas legais para fazer e tantas possibilidades de brincadeiras disponíveis?

Pode parecer um quarto de sonhos, mas na real do dia-a-dia eu aposto que vive bagunçado.


Decoração para vender produtos ou para uma criança se desenvolver plenamente?

Particularmente, não acho que as crianças tenham que ter muitos brinquedos. O mundo já é um parque de diversões enorme, variado, instigante e interessantíssimo, disponível para a descoberta e exploração. As creches e escolas atuais já oferecem uma quantidade enorme de atividades para os pequenos. Fico me perguntando: Onde eles poderão chegar ao final do dia e ter aquela sensação gostosa e acolhedora de aconchego senão no próprio quarto? Mas se o quarto da criança é um parque de diversões, como é possível criar essa atmosfera de relaxamento e aconchego? Refiro-me as cores calmas, a meia-luz relaxante, a um ambiente organizado, arrumado e livre dos excessos de estímulos. 




O quarto infantil pode ser colorido, pode ter brinquedos e elementos decorativos lúdicos. Mas não precisa ter excessos. Gosto muito de materiais naturais pois considero que são relaxantes, aconchegantes e transmitem sensações como pertencimento, segurança e reconhecimento imediatos. Toque um pedaço de plástico e em seguida um pedaço de madeira e sinta a diferença. Coloque seus pés sobre um piso de madeira e sinta segurança. Coloque seus pés sobre um tapete de EVA e perceba como ele não é capaz de traduzir nenhuma sensação reconhecível pela natureza humana. Tem piso frio? Um tapete de fibras naturais pode fazer muito mais pelo conforto no quarto da sua criança do que qualquer outra opção de material sintético. Deite em lençóis de microfibra (sintética) e depois se enrole em lençóis de algodão, e sinta como esta última opção é agradável em contato com a sua pele.  

Permita que a sua criança tenha brinquedos, mas somente aqueles de que realmente gosta, que possibilitam criar brincadeiras, que tenham vínculo afetivo. E importante, que a própria criança seja capaz de recolocar de onde tirou. Decore o quarto da sua criança para ela mesma. Se o quarto possui uma decoração tão cheia de excessos e tão complexa para arrumar, será impossível ensiná-la a guardar os brinquedos e preservá-los.



Infelizmente, as crianças dos nossos dias têm passado pouco tempo em casa, devido ao modelo de vida que retira a família de casa e a coloca por oito a doze horas nos ambientes de trabalho. Mais do que nunca, me parece imprescindível que o lar seja acolhedor, calmante e sem sombra alguma de dúvida, um lugar seguro para apenas estar, sentir e ser. Pelo menos em um lugar do mundo "ser" ao invés de "ter" deve bastar. E esse lugar deveria ser o nosso lar. 


Lavar roupa todo dia?

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Imagens via Pinterest


Você é do tipo que põe a lavadora de roupas para trabalhar todos os dias ou deixa acumular ao máximo, e daí passa o final de semana inteiro na função de lavanderia? Lavar roupas aqui em casa nunca foi um grande problema... enquanto éramos apenas um casal. Eu cuidava das minhas roupas, meu marido cuidava das dele e nós cuidávamos da roupa da casa como lençóis e toalhas. Daí chegou um bebê. E o bebê virou uma criança alegre e faceira, e que AMA brincar com terra e água, pular em poças de lama e rolar na grama. Depois disso, nunca mais o cesto de roupas sujas pareceu esvaziar. 

Me peguei colocando a lavadora de roupas para funcionar todos os dias, e enchendo um varal atrás do outro. Todo dia aquela função de separar a roupa, preparar a máquina e depois pendurar tudo para secar. O consumo de sabão em pó, amaciante e alvejante também aumentou. Eu pensava... "Não é possível ter que lavar roupas todos os dias! Eu tenho mais o que fazer da vida!" (como um blog para escrever sobre roupas sujas acumuladas, por exemplo! : ))

Pois é, quando a manutenção da vida doméstica sai dos trilhos, vemos o nosso tempo ser roubado por afazeres sem fim. Você chega cansado em casa e fica até tarde da noite pondo roupa pra lavar e pendurando no varal. Ou pior, chega no final de semana e é obrigado a abrir mão de algum programa bacana ou do seu merecido descanso para esvaziar o cesto de roupas sujas, e ter o que vestir na manhã de segunda-feira, claro!


Lave hoje ou ande nu amanhã. (Livre tradução)
Imagem via Pinterest.


Decidi colocar minhas habilidades gerenciais de análise de processo no jogo doméstico. Comecei a observar a entrada de roupas sujas. Todos os dias "dava entrada" no cesto pelo menos uma camisa do marido, duas a três trocas de roupa da criança. A cada três dias, uma ou duas roupas minhas. E daí descobri que a entrada de toalhas e roupas de cama estava abarrotando o cesto. Primeiro alerta! Não eram as roupas da Melina que estavam causando "gargalo" no meu processo de lavanderia. Era a nossa empregada trocando a roupa de cama mais vezes do que o necessário. Trabalhando aqui em casa duas vezes por semana, notei que o volume de roupas para lavar e passar havia se intensificado. Observações anotadas, passei a algumas ações práticas para reduzir esse trabalho. 

Em primeiro lugar reduzi a troca de roupa de cama. Como todo mundo aqui em casa vai dormir de banho tomado e pijama limpinho, os lençóis permanecem limpos e cheirosos por mais de uma semana, não havendo motivos para trocá-los com menos de dez a quinze dias. Às vezes, podemos trocar as fronhas com mais frequência, se necessário. Fiz o ajuste com ela, orientei, combinamos os dias de troca e notei que deu um respiro na montoeira de roupas dentro do cesto.

As toalhas são trocadas, a princípio, uma vez por semana salvo alguma exceção. Como em São José dos Campos o clima é bastante seco, as toalhas não ficam úmidas por muito tempo e não ficam com cheiro ruim nem mancham. Já no Rio de Janeiro, devido a grande umidade do ar, manter toalhas secas, perfumadas e sem manchas é um desafio. É necessário adaptar segundo o caso de cada um. 

E quanto as roupas da família, fiz uma escala de dias. As camisas do marido são lavadas todas juntas, uma vez por semana. Quanto as minhas roupas, deixo acumular a cada quinze dias ou mais para lavar. E as roupas da criança são as únicas que lavo duas vezes por semana, devido ao uso frequente na escola (não usamos uniforme escolar na escola da Melina). 

Alguns acreditam que lavar roupa é bucólico e contribui para o mindfulness... não eu!

Com isso, consegui reduzir a quantidade de dias de trabalho da máquina de lavar roupas para apenas três dias na semana. Em algumas semanas eu liguei a máquina somente dois dias! Foi uma otimização importante que me poupou um tempo significativo, além  de economizar água e produtos de limpeza. Consequentemente, a passadoira da roupa ficou mais prática e organizada, pois em um dia temos apenas roupas de cama e banho, e no outro dia temos apenas roupas da família.  

Às vezes precisamos encarar o trabalho doméstico com mais planejamento a fim de minimizarmos a função e otimizarmos os resultados. O que ganhamos com isso? Tempo para fazer aquilo que desejamos e nos dá prazer.  Para mim, já valeu o trabalho!

A organização no cotidiano de grandes e pequenos

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O cantinho das brincadeiras não precisa ser, necessariamente, bagunçado. 
Noções básicas de organização são importantes para o brincar bem e nas demais fases da nossa vida.
Imagem Pinterest.


Reclamação recorrente nas rodinhas de pais: "Meu filho não arruma os brinquedos". "Eu tento ensinar o meu filho a arrumar os brinquedos dele mas eu sempre acabo arrumando tudo". "Eu vivo catando brinquedos pelo chão, espalhados pela casa".

Organização é um tema que atravessa a nossa vida, da infância até os nossos últimos dias. Curiosamente não recebemos nenhum "treinamento básico" no assunto. Não aprendemos isso em casa (apesar de mães e pais viverem gritando para os filhos arrumarem os seus quartos sob pena de ficarem sem o tablet ou videogame). Não aprendemos na escola e não aprendemos em lugar nenhum as dicas básicas de como incorporar rotinas de organização ao nosso cotidiano. Alguns de nós, quando adultos, pesquisam na internet, em livros e blogs. Mas somente alguns de nós, os demais passam a vida sofrendo com a bagunça, a desorganização e suas desagradáveis consequências e sub-produtos.

A organização é mais um daqueles sub-temas de gerenciamento da vida doméstica que, quando negligenciado, rouba nosso tempo produtivo, de lazer e ócio. Nos faz perder tempo e gastar dinheiro, além de prejudicar bastante o usufruto do nosso espaço e dos bens que possuímos. 

Tenho algumas hipóteses sobre o por quê as crianças não arrumam seus brinquedos e seus quartos. E talvez isso nos ajude a compreender também porque os adultos são tão resistentes ao tema quanto os pequenos.

A primeira delas é que nós, pais e mães, não gostamos de arrumar a nossa casa e acabamos passando para as crianças essa mensagem negativa de que limpar, arrumar, cuidar e organizar é uma tarefa menor, secundária, sem valor, chata mesmo, além de ser uma fonte de reclamações no nosso dia-a-dia. Quando, ao contrário, é uma atitude digna de zelo, de cuidado e de amor com nossos pertences. 

Uma casinha limpa, arrumada e sempre pronta para os bons momentos da vida ao lado de quem amamos. Por este ponto de vista, organizar é uma atividade cotidiana primordial.
Imagem Pinterest


A segunda é que alimentamos algumas ilusões quanto a decoração dos espaços do nosso lar. Queremos que nossas casas se pareçam com revistas e blogs de decoração - aqueles espaços impecáveis que parecem não ser habitados por ninguém, exceto pelos produtores que arrumaram tudo para a foto da revista. Com isso, não desenvolvemos um "saber decorador" para a vida real, para o cotidiano da família, para a funcionalidade e conforto. Em outras palavras, acabamos decorando nosso lar com tanta complicação que não me admira que as crianças não sejam capazes de arrumar tudo como estava antes da brincadeira. Se o espaço tem uma organização simples fica mais fácil para crianças e adultos devolverem os objetos para seus lugares originais, e manter uma ordem mínima no lar.


Quarto infantil de revista. Na fase do bebê tudo funciona, mas é impensável manter um ambiente como este minimamente arrumado após o primeiro ano de vida.  Observe as áreas inacessíveis para a criança como o alto da estante e na janela. A criança torna-se dependente de um adulto para retirar e guardar os próprios brinquedos. 
Imagem Pinterest












A terceira hipótese é um produto da soma das duas anteriores. Se organizar é chato (hipótese 1) e complicado (2), a tarefa de educar as crianças para esse fim fica insustentável ou, no mínimo,  artificial. A fala do adulto não é verdadeira para a criança, pois não encontra base emocional - não adianta dizer que "guardar seus brinquedos é legal!" quando na verdade o adulto acha uma tarefa funesta. Nem se apóia em uma estrutura prática, ou seja, o espaço e os móveis não contribuem para a execução da tarefa de guardar e organizar. 

Se você vive esse dilema na sua casa, com a sua família, quero sugerir algumas ações simples que podem contribuir para a mudança desse quadro no cotidiano. 

* Quem é pai ou mãe sabe que é um fato que as crianças reproduzem o que os pais fazem. Se os pais não tem o hábito de limpar, arrumar, organizar a casa, as crianças também não absorverão esse hábito. Se as crianças sempre vêm uma empregada fazendo esse serviço, elas vão tirar suas próprias conclusões, como deixar sempre para alguém a tarefa da limpeza e arrumação ou exigir recompensas (uma espécie de salário em forma de presentes) por arrumar seus brinquedos e quartos, o que ao meu ver não é uma atitude saudável. 

* Disponha-se a arrumar o quarto ou os brinquedos das crianças com boa vontade, e convide-os a participar. Façam uma espécie de mutirão. Enquanto um limpa, o outro guarda. Lembre-se de não reclamar do trabalho. Aproveite a oportunidade para observar o estado em que estão os brinquedos, faça observações positivas sobre este ou aquele brinquedo.

* Tente adquirir o hábito de não reclamar das tarefas domésticas de um modo geral. Cozinhar, arrumar a mesa, limpar, lavar, passar. Faça uma reflexão sobre os cuidados, o zelo e o amor embutidos nessas atividades. Deixe suas crianças entrarem em contato com esses momentos. Não as exclua. Explique a importância de cada uma delas para a construção de um dia-a-dia e uma vida mais saudável (cozinhando em casa), aconchegante (vestindo roupas limpas e macias após serem passadas) e livre (habitando um espaço limpo e organizado).




Mais um exemplo de áreas de difícil acesso a criança. Os livros não estão ao alcance da criança e com certeza ela tentará subir na mesa para pegá-los, correndo o risco de cair e se machucar.
Livros, brinquedos e cestos no alto da estante, outro exemplo de área inacessível.

Imagem Pinterest.



* Crie uma decoração acessível a criança. Pense em estantes baixas, caixas, cestos, mesinhas da altura da criança e feitas para elas. Invista em uma decoração que estimule a independência da criança. Que ela mesma possa alcançar os brinquedos, pegar seus livros e depois recolocá-los no lugar de onde os tirou.
Tenha em mente que se você guarda os brinquedos em estantes altas, somente você poderá guardá-los. Ou forçará a criança a subir em bancos e cadeiras podendo provocar acidentes. É mais certo que os brinquedos não sejam guardados nunca. Sobre esse assunto vale pesquisar as metodologias Waldorf e Montessori sobre a organização do espaço do brincar e o quarto da criança.


Uma estante baixa, da altura da criança. Cestos para organizar os diferentes tipos de brinquedos.
Fica mais fácil educar seu filho em um espaço pensado para ele.
Imagem Pinterest

Proposta de decoração Waldorf que utiliza materiais naturais como madeira e cestos de palha. Preza a acessibilidade, integração e independência da criança.
Imagem Pinterest.


* Cultive o hábito de guardar os brinquedos individualmente, cada um na sua caixa, saquinho ou cesto, sobretudo brinquedos compostos por muitas partes e peças. É comum guardar todos os brinquedos desmontados dentro de um grande saco ou cesto, onde você simplesmente joga tudo dentro ao final do dia. Apesar dessa opção parecer prática, garanto a você que ela não é boa, prática nem educativa. Imagine que, todas as vezes que a criança quiser pegar um brinquedo, ela terá que virar aquele saco enorme e despejar tudo no chão. Se ela quer brincar com os blocos de montar, ela não vai conseguir fazer isso com sucesso, pois estará misturado com outras dezenas de partes de outros brinquedos. A criança perde o foco e a brincadeira acaba, quase sempre, se transformando em jogar pedaços de brinquedos pela casa, espalhando a bagunça ainda mais. Se cada brinquedo tem o seu lugar, fica fácil ela fazer escolhas, brincar e depois guardar. Ela pode pegar dois, três ou quatro de uma vez, mas não todos.


Cada coisa em seu lugar.
Um espaço só para os bichinhos de pelúcia, outro só para os livros. Logo as crianças aprendem onde fica cada brinquedo e fica mais fácil conduzir a tarefa de educá-los para arrumar e cuidar de suas coisas.
Imagem Pinterest.
 


Quer desenhar? Nã precisa desmontar o quarto inteiro nem sair por aí catando lápis de cor, canetinha e papel.  Com um balde como este (ou uma caixa) fica fácil reunir o material, e na hora de guardar também.
Imagem Pinterest.


É possível educar bem os seus filhos para que eles tenham noções básicas de organização. Mas, antes de exigir dos pequenos que saiam catando tudo que espalharam, é necessário que os pais façam um planejamento da decoração e de uma estratégia de organização simples, ao alcance do entendimento das crianças. Depois, trabalhem firme na repetição. Guarde sempre no mesmo lugar, do mesmo jeito. Se a regra é guardar após terminar de brincar, não abra mão. Se a regra é guardar só no final do dia, não ceda ao cansaço. A rotina e a repetição operam milagres no processo educativo das crianças.

Esses são exemplos simples mas que coloquei em prática desde que minha filha começou a andar e interagir com os brinquedos. Garanto que melhorou o nosso dia-a-dia aqui em casa, minimizando nosso trabalho de guardar, reduzindo o estresse e a tensão com a criança no final do dia, quando já estamos todos cansados. Atitudes simples que contribuíram para que nossa casa permaneça arrumada, dentro de uma ordem mínima. Claro que há dias de maiores bagunças mas isso não é - repito, não é - nosso cotidiano. E, vale lembrar, organização não exige um espaço grande nem dinheiro. Você não precisa de um apartamento maior para se tornar uma pessoa organizada nem para educar seus filhos para serem pessoas organizadas. Nem precisa gastar dinheiro comprando itens específicos de organização. O que realmente faz a diferença é o planejamento, mudança de atitude e rotina. Pode acreditar.


Sobre livros e redescobertas

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Antes de sair por aí consumindo e gastando mais dinheiro (que atualmente eu não tenho), 
decidi descobrir os tesouros enterrados no meu próprio jardim.
Ou melhor, empilhados na minha estante.
Imagem Dulci Dantas


Uma das minhas grandes paixões é a leitura. Apesar de não ter sido educada desde a mais tenra idade para desenvolver intimidade com livros, como hoje é comum com as crianças (e o vasto e diversificado mercado editorial infantil), o meu interesse pela leitura surgiu na universidade.

Durante a faculdade de Ciências Sociais na PUC Rio, eu desenvolvi o hábito da leitura de maneira intensa e destemida. Além da abundância de textos para o cotidiano das aulas, o conteúdo não era fácil. Com isso, perdi o medo de leituras volumosas, difíceis, herméticas. Já lá se vão duas décadas desse grande aprendizado, e a paixão ficou. 

Desde então me tornei não só leitora mas também uma consumidora voraz de livros. Um dos meus passatempos favoritos era percorrer estantes e mais estantes em livrarias. Folhear um livro aqui, ler a contracapa de outro acolá. Tomar um café. Voltar a percorrer as estantes. Sempre saía da livraria com um ou mais exemplares a tiracolo. Às vezes, deixava de comprar uma roupa, uma bolsa ou sapato por achar caro, mas acabava gastando a mesma soma de dinheiro em livros, virando a esquina. 

Ultimamente comprar livros não está muito atraente, do ponto de vista financeiro. Como ainda não me rendi aos leitores digitais - estou me inteirando do assunto - e ainda por cima saí do emprego, a compra indiscriminada de livros deixou de ser uma opção de passatempo para mim. 

No início deste ano, após o planejamento do orçamento para 2017, cheguei a conclusão de que teria que ser muito, mas muito criteriosa no que se referia a novas aquisições. Decidi então pôr em prática uma "medida de austeridade" que tem se revelado surpreendente. 

Decidi não comprar nenhum livro em 2017, salvo alguma exceção muito, muito, muito importante para o desenvolvimento de algum trabalho que eu esteja, porventura, realizando. Mas isso não significa parar de ler. Retirei todos os livros da minha estante e separei aproximadamente doze títulos que eu nunca li, que eu comecei a ler e não terminei, e uns dois ou três que eu já li mas que gostaria de reler. Percebi que eu tinha muitos livros não lidos na estante, todos frutos daquelas tardes deliciosas em livrarias e do meu consumo voraz. 

A experiência já valeu a pena. A simples atitude de retirar os livros, limpá-los e revê-los resultou em reencontros belíssimos e saudosos, como foi com o meu sempre adorado e preferido José Saramago. Reencontrei também Mario Benedetti e Hector Abad. Fiquei suspensa no ar ao rever Clarice Lispector. Percebi também que muitas coisas mudaram, inclusive eu mesma, minha vida, meus interesses. Fiz um bota-fora de títulos que já tiveram o seu momento e importância, mas que hoje não representam mais matéria de interesse para mim (em breve farei uma venda destes livros com o objetivo de adquirir um leitor digital). 

O mês de Janeiro passou como uma ventania. Dei início às minhas leituras em Fevereiro com A Caverna de José Saramago. Foi uma felicidade voltar a ler um autor que eu admiro tanto e que há tempos me aguardava na estante. O livro escolhido para este mês de Março, iniciado após o Carnaval e ainda com rastros de confete e purpurina pela casa, foi a biografia de Carmen Miranda, de autoria de Ruy Castro. Imaginem só, tamanha riqueza parada na estante, empoeirando, e eu gastando tempo e dinheiro em livrarias procurando novos títulos para satisfazer meus impulsos consumistas. 

Agora, a melhor estante de livros a percorrer é a da minha própria sala de estar. É uma sensação única descobrir tesouros enterrados no próprio jardim. 



Sofá de couro

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O sofá é uma peça central na decoração e no conforto do lar.
Não importa se o modelo que você escolheu está na moda ou não, o importante é que você se identifique com ele, e que ele lhe devolva o apreço em forma de conforto.
Imagens via Pinterest.


Visitei uma amiga que acaba de se mudar para um apartamento novinho em folha. O marido dela, assim como o meu, é um apaixonado por rock n'roll, guitarras e amplificadores. No novo lar foi criado um espaço especialmente para os rockeiros de final de semana se reunirem e se divertirem. Mas o marido dela fez uma exigência: Quer um sofá de couro desgastado. Segundo a minha amiga, a arquiteta torceu o nariz para o pedido, pois reza a lenda da alta decoração e design que sofás de couro desgastado estão fora de moda. 

Minha reação foi de espanto, lógico! Como pode sofás de couro saírem de moda? Para mim eles são eternos, atemporais e charmosos. E ainda, mesmo que eles não estejam de acordo com as últimas tendências, quem liga? A nossa casa tem que ter a nossa cara, o nosso jeito, as nossas manias e idiossincrasias. O nosso lar tem que ser decorado para o nosso bem-viver, aconchego e felicidade. E, se o rock n'roll pede um sofá de couro, então vamos a ele! 








Quando reformamos o nosso apartamento, a obra acabou um mês antes da nossa filha nascer. Ficou tudo novo, mas os móveis não foram trocados. O nosso sofá já merecia ser trocado há anos mas, depois que a criança começou a andar, e a derramar-sujar-manchar todo ele, decidimos aguardar ela crescer um pouquinho para fazermos um investimento em um novo sofá. Nós adoramos a idéia de um sofá de couro - não necessariamente desgastado. E, por isso, eu já vinha namorando umas propostas de sala de estar que misturam branco, preto, couro cognac e fotografias P&B (na esperança de emoldurar as fotos que o marido fez e que acho incríveis). É um mix de elementos que combina com o jeito aqui de casa, e quem sabe acaba servindo de inspiração para alguém?


aí?
Bege + Branco + Preto + Couro.
A moldura branca sobre o fundo cremoso ficou discreta e deu destaque aos elementos em preto da decoração.
 


Fotos, fotos... muitas fotos P&B com moldura clássica preta. Aqui em casa nós amamos.


Conheço gente que comprou o sofá para as visitas. O sofá vive coberto com mantas e lençóis para "não sujar", "para estar limpo quando chegar uma visita". Do fundo do meu coração... Não faça isso! Compre um sofá para você e para sua família. Para deixar o corpo cair ao chegar cansado depois de um dia de trabalho, para adormecer vendo TV ou ouvindo uma boa música, para a família inteira se sentar e as crianças pularem de alegria. De couro ou tecido, de dois lugares ou três, caro ou barato... Faça do seu sofá um ponto de encontro gostoso, um recanto para o descanso, para o ócio e para o prazer.  


Um toque feminino com a almofada dourada, e um pouco de irreverência nas imagens.




Reaprendendo o simples na cozinha

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Pela volta da simplicidade na comida caseira, sem o excesso de opções e realçadores de sabor.
Imagem via Pinterest.



Cada vez mais ouço pessoas comentando que desenvolveram alergia e intolerância a diversas substâncias, como lactose, glúten, proteína do leite, etc, etc, etc. Parece até que explodiu uma  espécie de epidemia, sobretudo nas pessoas acima de sessenta anos e em crianças. Tenho um palpite de que o abandono da alimentação caseira, juntamente com o aumento de ingestão da comida industrializada e superprocessada nos conduziu a isto. 

Infelizmente, devido "a vida como ela é" atualmente, quase não comemos mais na nossa casa e, quando comemos, a comida raramente é preparada na nossa cozinha. Já vem pronta ou semi-pronta de algum outro lugar distante. É a comida congelada, industrializada, processada, ultra-processada, o delivery e o marmitex. Passei muitos anos da minha vida ingerindo esse tipo de comida. Eu não cozinhava absolutamente nada. Não almoçava em casa e jantava lanchinhos. Nem preciso dizer que, com a chegada de uma criança, esse esquema de alimentação mudou completamente. 

Tudo começou com as papinhas, que foi um verdadeiro pesadelo para mim. Eu, que nunca tinha manuseado uma panela de pressão, me vi desesperada diante do desafio de cozinhar o tal do músculo bovino para as papinhas. Quando eu compartilhava minha dificuldade, todo mundo me dizia que, com o tempo, ia melhorar e ficar mais fácil. Não ficou. Minha filha cresceu e passou a se alimentar de comida de gente - arroz, feijão, carne, frango, peixe, salada, legumes, suco de frutas, etc. O trabalho multiplicou. Precisei encarar a tarefa com determinação mas, confesso, não foi nada fácil para quem não sabia fazer um simples arroz branco sem olhar a receita (sério!). 


Retornar ao estilo de vida "feito em casa" não é simples,
em um mundo que nos obriga a ficar tantas horas no trabalho e no trânsito.
Depende da nossa força de vontade, determinação e coragem para empreender mudanças. 
Imagem sem referência.


Então comecei pelo começo. Pesquisei receitas bem básicas e caseiras, aquelas que nossas mães costumavam fazer para nós, quando crianças. Aprendi a cozinhar arroz branco, uma versão com legumes, feijão, macarrão, purê de batatas, frango ensopado com legumes, carne cozida, carne moída, uma receita de peixe. As vezes acrescento uma farofinha, uma couve refogada, um omelete, uma sopa ou uma salada, e um suco. E o mais importante: Aprendi a congelar corretamente as porções e montei um planejamento de cardápio semanal. Com isso, me livrei de ir para o fogão todos os dias, um ganho em tanto em tempo e em economia de ingredientes. 

Quando comento que almoçamos em casa todos os dias, muitas pessoas dizem que adorariam fazer o mesmo, mas que cozinhar dá muito trabalho e toma muito tempo. Então comecei a conversar com as pessoas sobre esse assunto, e fui descobrindo que estamos viciados em variedade e sabores exaltados - e algo me diz que a explosão de restaurantes a quilo tem algo a ver com isso. Temos a expectativa de viver "experiências gourmet" no dia-a-dia, o que exige mesmo muito tempo, conhecimento e trabalho.

Cozinhar uma alimentação básica nunca será como comer em restaurantes. Primeiro, os pratos nunca ficam tão charmosos e glamourosos como nas fotos que vemos nas redes sociais. Tudo é mais simples. Outro aspecto interessante, quando comecei a comer minha própria comida, percebi que o sabor não era tão acentuado como os que eu estava acostumada a comer em restaurantes. Então fui apurando temperos, dosando o sal, melhorando a qualidade dos ingredientes. Depois de um tempo comendo diariamente em casa, ao comer em um restaurante a quilo que eu ia com frequência antes da minha filha nascer, achei toda a comida com sabor muito forte, muito temperada e "pesada". Acendeu uma luz de alerta para mim! Eu havia mudado meu hábito alimentar, e minha percepção para os sabores estava mais apurada, mais sensível e sutil. 


No começo a comida caseira pode parecer sem sabor e simplezinha demais. Nada parecido com aquelas imagens gourmet que vemos nas redes sociais ou com o que encontramos nos restaurantes.
É que o nosso paladar e olhar desaprendeu o simples.
Imagem via Pinterest.

Desde então me esforço para fazer refeições mais simples - dentro e fora de casa, isto é, com menos opções, menos mistureba e mais foco. Se o prato é um peixe, uma carne ou frango, dois acompanhamentos estão de bom tamanho. Se o foco do prato é o arroz e o feijão, então tento não colocar nenhuma carne muito pesada. A gente não precisa de muito, a gente não precisa de tudo ao mesmo tempo. É possível ter uma alimentação gostosa com mais simplicidade e menos excessos. E pensar que isso está a sua disposição, bem ali na sua cozinha.



Lidando com imprevistos

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Você sai de casa pela manhã e não faz idéia de que tem um imprevisto te esperando logo ali na frente.
Imagem sem referência.


Imprevistos ocorrem na vida de todos. Para aqueles que têm filhos, os imprevistos são tantos e com tamanha frequência, que já os levamos em consideração ao nos organizarmos no dia-a-dia. As frases abaixo, tão típicas de pais e mães, demonstram um modus operandi de vida onde o imprevisto já foi incorporado como parte do cotidiano.

"Eu vou levar uma ou duas roupas a mais porque se ocorrer um imprevisto..."
"Vou deixar uma porção de comida a mais congelada porque se acontecer qualquer coisa..."
"Melhor adiantar o trabalho porque se eu precisar me ausentar devido a algum imprevisto..."

Na semana passada, eu estava com uma agenda de trabalho e afazeres pronta para a sexta-feira. Eu deixaria a criança na escola, a empregada ficaria em casa fazendo faxina, eu teria duas horas de coffeeoffice onde eu terminaria de ler um artigo e trabalharia no rascunho de um texto, e teria mais duas horas para entrevistar uma amiga para, juntas, escrevermos um post para o Lar Dulci Lar. Ao terminar a entrevista eu buscaria a criança na escola e voltaria para organizar o jantar, banho, estória, beijo de boa noite e, finalmente, sono. Não rolou. Quarenta minutos depois de deixar minha filha na escola, a professora me ligou. Melina tinha sido picada por uma formiga e estava apresentando uma reação alérgica em todo o corpo. Interrompi o coffeeoffice, cancelei a entrevista, saí correndo, peguei a criança, levei no pronto-socorro, depois na farmácia e voltei para casa. Empregada fazendo faxina, criança querendo atenção e lanchinho, e eu com metade dos pensamentos nos compromissos que eu havia planejado, e outra metade tendo que lidar com as novas tarefas impostas pelo momento presente. 


Diante dos imprevistos, entregar-se ao presente é uma boa coisa a se fazer.
Imagem sem referência.



Se os imprevistos são certos, é possível se preparar ou precaver-se para que a sua chegada cause o menor dano possível na nossa vida? Como fazer para lidar bem com eles, minimizando seus impactos negativos sobre nosso cotidiano? É possível, ainda, abrir-se para as possibilidades positivas que eles podem trazer consigo? 


Diante do inesperado que nos tira do sério, repita comigo:
Hoje é um bom dia! Hoje é um bom dia! Hoje é um bom dia!

Imagem sem referência.


Diante de um imprevisto - um mal-estar que nos tira de cena, o cancelamento de um compromisso,  um cartão bloqueado, um filho doente, uma bagagem que não chegou em seu destino, uma batida de carro ou uma bateria arriada, um vôo cancelado por mal tempo - a primeira habilidade fundamental que nos é requisitada é a presença. Saber se desapegar do que estava planejado e habitar o momento presente em sua plenitude é essencial. Isso nos protege de uma atitude tóxica, que é a de ficarmos remoendo o que íamos fazer e que, de repente, ficou impossível. Imprevistos nos obrigam a este grande - e benéfico, acreditem - exercício emocional. Diante de um vôo cancelado não adianta xingar, praguejar e se desesperar. Se conseguimos nos colocar diante da nova situação, inteiros, certamente encontraremos uma solução, uma saída, uma nova rota a seguir. 

Voltando para o exemplo da minha última sexta-feira, de nada adiantaria reclamar ou ficar pensando no que eu tinha planejado fazer. Cancelada a entrevista para liberar minha amiga para outros compromissos, me despojei totalmente da agenda. Me dediquei a ficar com minha filha, ministrar os remédios, fazer lanchinho para nós duas, desenhar e aproveitar da melhor maneira possível a tarde que tínhamos juntas pela frente, com a empregada dentro de casa. Esse desapego não é automático, mas com a prática, vai ficando mais fácil.


A velha história do limão e da limonada. É clichê, mas vale a pena tentar.
Imagem Unsplash.


Ter uma administração doméstica organizada também ajuda bastante a minimizar os impactos negativos que os imprevistos podem causar na sua rotina. Já passei por imprevistos que deixaram um rastro de caos durante vários dias. Quer um exemplo? Basta ficar de cama por dois ou três dias com uma virose forte, e a casa vira um pandemônio. Já passou por algo assim? É horrível, e quando estamos nos sentindo um pouco melhor de saúde, ao invés de descansarmos para nos recuperar, precisamos cuidar da casa e pôr a vida em dia, exigindo ainda mais de nós mesmos.

Também no âmbito profissional, ser organizado, estar preparado para trabalhar a distância e saber delegar são competências que podem minimizar, e muito, o impacto negativo dos imprevistos. É possível reduzir o acúmulo de trabalho, não atrasar respostas e comunicações importantes e manter algumas atividades básicas fluindo.

No nosso mundo atual, é comum termos a falsa sensação de poder e de controle sobre nossas próprias vidas. Planejamos tudo de tal maneira, que não imaginamos ou não acreditamos que, de repente, podemos ser chamados a sair de cena, mesmo que a contragosto. Talvez, por isso, não costumamos nos preparar, nem nos precaver minimamente, na medida do possível, para lidar com os imprevistos. Sobretudo para quem tem pessoas e animais sob sua responsabilidade, esse é um bom tema para refletir.



Como organizar brinquedos

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Uma estante simples e ao alcance da criança.
Imagem Dulci Dantas 



Há alguns dias, escrevi um post sobre como tentar criar um ambiente de aconchego e sossego no quarto das crianças, que permita a elas descansarem (leia o texto na íntegra AQUI). E um outro sobre como decorar o espaço dos pequenos, de forma a educá-los para serem organizados (leia este texto AQUI).

Hoje eu trago para vocês algo mais concreto, para além das idéias. Fiz fotos do meu lar e, com elas, trago dicas de como organizamos os brinquedos aqui em casa, na real. Sem produção, maquiagem ou "truques de câmera".

Antes de falarmos de como organizar os brinquedos, vale uma observação importante. Aqui em casa temos poucos brinquedos. Eu compro pouquíssimos brinquedos para Melina. Gosto daquilo que permite brincadeiras mais livres, como bolha de sabão, lápis de colorir, papel, peças de montar, baldinho e pá para brincar na pracinha. A maioria dos brinquedos que ela tem foram presentes de aniversário e Natal. Não faço isso por economia, mas tudo vira brinquedo na mão da Melina, o que coloca a imaginação e criatividade dela para funcionar, muito mais do que entregar a ela um brinquedo pronto. Por esses motivos, nós não temos excessos em casa, o que, por si só, já facilita bastante a organização do espaço.

A estante da foto que abre esse post está aqui em casa há mais de dez anos, e nos servia como estante de livros. Quando Melina nasceu, ela virou a estação central dos brinquedos. Além dela, temos um outro espaço onde ficam os bichos de pelúcia e uma mini-cozinha, que mostrarei para vocês em posts futuros. Como é possível observar, são poucos brinquedos e cada um no seu lugar.


Aos três anos de idade a criança já é capaz de entender conceitos básicos e simples de organização.
Imagem Dulci Dantas.


A maleta de ferramentas foi nosso presente de Natal. Originalmente, este brinquedo vem em uma mala que vira uma mesa, e ainda traz um carrinho de montar. É um brinquedo grande e que ocupa muito espaço. Mas existia a opção de comprar somente as ferramentas, e foi isso que eu fiz. Daí comprei uma maleta em uma loja de construção (a maleta não é brinquedo, é de "verdade"), e coloquei tudo dentro. Todas às vezes que vamos consertar alguma coisa, e o marido puxa a maleta dele, ela sai correndo para pegar a dela. É um brinquedo que ela adora, brinca muito e, apesar de ser composto por várias peças, nunca perdeu nenhuma parte, pois ela sabe exatamente onde guardá-los após terminar de brincar: dentro da maleta.


Não é necessário centenas de peças de montar. Com algumas poucas peças a imaginação da criança é capaz de criar mundos.
Imagem Dulci Dantas


A mesma idéia se dá com os blocos de montagem. Eles vieram dentro de um saco, mas eu peguei uma caixa de sapatos que eu tinha guardada e adaptei para o brinquedo. Coube perfeitamente e também nunca perdemos nenhuma pecinha.


Não é preciso gastar com material específico para organização. Procure em sua cozinha potes e caixas que possam ser reutilizados e que sejam fáceis da criança manusear.
Imagem Dulci Dantas 


No aniversário de um ano, Melina ganhou uma coleção de mini-Peppas. Depois ganhou 2 playmobils com um cachorro, um urso da Lego, um cachorrinho da Patrulha Canina e um minipônei. Essa coleção de miniaturas é um xodó, que sempre gera briga entre as amigas quando vêm aqui em casa, porque todo mundo quer brincar com eles. Crianças adoram esses bonequinhos pequenos, tão fofos e perfeitos para serem espalhados e perdidos pela casa. Sendo assim, colocamos todos eles dentro de um pote de pipocas, que Melina pegou em uma festa de aniversário e nunca mais devolveu. É o pote mais simples do mundo, a disposição em qualquer supermercado, cheio de milho para fazer pipoca. Mas que funcionou perfeitamente. Quando eu peço a ela para guardar os amigos, ela pega o pote e brinca de jogar um por um lá dentro e, depois, fechar a tampa de rosca.  


Dê a cada brinquedo ou material a sua importância, reservando para cada um deles um espaço e um recipiente específico. Isso ensina a criança a ter cuidado com seus pertences.
Imagem Dulci Dantas


E como toda criança ama desenhar e colorir, naturalmente foram surgindo lápis de cor e giz de cera , vindos de todas as partes. No começo, os lápis apareciam nos mais variados cantos da casa, e sempre que ela queria uma cor e esta estava desaparecida, era um chorôrô danado! Então coloquei a coleção de giz de cera gigante em um pote de sorvete, que ela consegue abrir com facilidade. E a de lápis de cor guardei em uma latinha. Originalmente comprada na Tok&Stok para guardar bolinhas de algodão. Usei pouquíssimo como porta-algodão, mas ficou perfeita como porta-lápis.


Cada coisa em seu lugar.
Imagem Dulci Dantas


Todos esses brinquedos ficam na estante baixa, ao alcance da Melina. É fácil de organizar porque, apesar de ter uma grande quantidade de peças e partes, eles se transformam em poucos volumes quando agrupados em suas caixas e potes. Eles não ficam sempre no mesmo lugar, na mesma ordem ou sequência, mas isso não importa. Mesmo trocando de lugar, fica sempre organizado, pois os brinquedos não se misturam. E, ainda que Melina decida espalhar todos os brinquedos pelo chão, de uma só vez, na hora de guardar é muito mais fácil e rápido, pois cada cada coisa tem o seu lugar definido e de fácil acesso.


O baú das tranqueiras. Ele pode existir, mas não precisa transformar o espaço em um caos.
Imagem Dulci Dantas


E por fim, a caixa de tranqueiras. Toda criança tem suas miudezas, uns brinquedinhos tranqueiras, brindes de festas, brindes de lanchonete e coisas desse tipo. Eles adoram essas coisas, e criam mil e uma brincadeiras com esses elementos. Daí porque mantenho vários deles, mas todos dentro de uma caixa, na verdade, um cesto da Tok&Stok que comprei especialmente para esse fim. O cesto não deixa a baguncinha aparente, ele fica como se fosse um gavetão. E ainda, dá um toque charmoso na estante. Prefiro a palha a um cesto plástico, por se tratar de uma fibra natural.

Tem dias que Melina vira o cesto de cabeça para baixo, coloca um guarnapo de mesa vermelho sobre ele e o arranjo vira a mesa do picnic ou a mesa do bolo de aniversário. Uma imaginação que não tem fim. 

Nestes quase três anos com criança em casa, observei que, com o espaço organizado, limpo e amplo (destralhado), a criança brinca livre e desfruta muito mais de seus brinquedos e fantasias.

Branco no preto

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Não são luzes, são cabelos brancos!
Imagem Dulci Dantas


Está se tornando cada vez mais frequente. Pelo menos uma vez por semana eu sou abordada por uma mulher, curiosa para saber como eu fiz "esse efeito" no meu cabelo. Enquanto estou comprando algo ou pagando alguma coisa, percebo que a outra pessoa está olhando fixamente para o alto da minha cabeça com um ar intrigado e curioso. Quando levanto os olhos, e pego a pessoa no flagrante, ela se engasga, tenta disfarçar, mas a curiosidade é tanta que, invariavelmente, ela me pergunta: "Moça... isso no seu cabelo... ", e  fica sem saber como terminar a frase. Não sabe se pergunta se eu fiz luzes "brancas"? "Prateadas"? Ou se é cabelo branco natural. 

Então eu respondo com a maior naturalidade, "é cabelo branco mesmo". E sempre segue o comentário: "Mas ficou tão diferente! Tão bonito!". Algumas pessoas custam a entender o meu cabelo, porque ele é branco em duas mechas nas têmporas, e bem mesclado na parte de trás. Vai da raíz do cabelo até a ponta. A maioria de nós está acostumada a ver mulheres jovens e maduras de cabelos pintados, ou com a maldita raiz branca aparecendo apenas um ou dois centímetros. Somente as muito velhinhas costumam assumir seus cabelos, não mais grisalhos mas completamente brancos. Daí que ver um cabelo grisalho natural em uma mulher de quarenta e poucos anos confunde. Todo mundo acha que é produzido no salão. É que, na verdade, pouca gente viu um cabelo feminino grisalho natural. Mas até que enfim isso está mudando.

Outra coisa que chama a atenção das mulheres é o fato do meu cabelo ser grisalho e ainda ter brilho. Então eu digo a elas que não faço nenhum procedimento químico nos cabelos. Nunca fiz. Nem tintas, nem alisamentos. O resultado disso é que, aos quarenta e três anos de idade, a fibra do cabelo está bem preservada em espessura, brilho e movimento. Além de economizar (muito) dinheiro com pintura, retoque, hidratação e reconstituição da fibra capilar, há também o ganho de um cabelo saudável.


Quando mais grisalho fica, mais eu gosto. Estilo wild and free.
Imagem Dulci Dantas.


Meus primeiros fios brancos começaram a aparecer aos vinte e sete anos de idade. Como eram dois ou três, eu os arrancava. Daí surgiram mais. Eu arranquei também. E então eles começaram a aparecer com uma certa insistência e volume. Os cabelos que eu havia arrancado começaram a nascer espetados, aparecendo ainda mais. Eu já tinha entrado na casa dos trinta. Percebi que seria uma luta em vão. Meu pai e meu irmão mais velho já estavam bem grisalhos. Eu seria a próxima. Minha mãe sempre pintou o cabelo, e ainda pinta. Mas eu, que sempre tive a maior preguiça de ir a salões de beleza, evitei qualquer intervenção nos meus cabelos. 

O tempo foi passando, os cabelos foram ficando cada vez mais brancos e longos, misturando ao restante do cabelo que é de um castanho bem escuro, principalmente depois que me mudei do Rio para São Paulo, e reduzi a exposição ao sol. 



Não entendo quem pinta os cabelos brancos de loiro, como se a cor amarela fosse mais digna que a cor branca. No final todo mundo sabe que ali tem um cabelo branco pintado. Então qual é a idéia?
Imagem via Pinterest.

Aos poucos, fui refletindo sobre o assunto. Eu sempre gostei da cor dos meus cabelos, não conseguia me ver ruiva, nem loira, nem com luzes. Os cabeleireiros insistiam para que eu tonalizasse de castanho. Além da preguiça, eu achava os procedimentos caros demais, além de exigir uma vigilância e manutenção constante. E, a cada vez que eu me olhava no espelho, me achava mais e mais parecida com meu pai, e então descobri que eu gostava disso.

Comecei a observar que a maturidade e seus aspectos mais aparentes, sobretudo os cabelos brancos e as rugas, quando acolhidas com intenção e respeito, dão ao ser humano uma dignidade sutil e verdadeira. Passei então a gostar muito do meu cabelo. Talvez, ainda mais do que quando era uma adolescente com cabelão castanho de fazer inveja. Meu cabelo grisalho me conectava ao meu passado, através de meu pai, e a minha própria experiência de vida. Me sinto mais segura, autêntica e confortável com ele, muito mais do que se tivesse a última tendência em coloração. 

Durante os mais de dez anos que viajei com frequência para a Europa, observei que, por lá, os cabelos grisalhos são mais comuns em mulheres de todas as idades. E são lindos. Além de bem cuidados, eles se apresentam em cortes modernos e até bem ousados. 






Tive um chefe na área de Moda que se incomodava bastante com meus cabelos brancos, e sempre me perguntava se eu não tinha intenção de pintá-los. Algumas vezes ele tentou me intimidar, me chamando de "velhinha", achando que fazia graça. Uma dia eu respondi a ele que não tinha intenção de pintar, e que eu não tinha medo de ficar velha. Então o assunto morreu, para meu sossego. 

Muitas mulheres ainda tem resistência a assumir seus cabelos grisalhos, porque se construiu uma idéia de que deixar os cabelos brancos é sinal de desleixo. Bem, essa é uma idéia incutida nas mulheres, e que presta um grande serviço a bilionária indústria da beleza e estética. Qualquer que seja a cor do cabelo, se ele é lavado, hidratado, bem cortado e arrumado, não tem absolutamente nada de desleixado, mesmo sendo branco. 

O culto a juventude eterna parece não ter fim, mas algumas pessoas já estão se cansando de correr contra o tempo. É como correr encima de uma esteira. Você fica exausto, mas nunca chega a lugar nenhum. Aceitar as impressões do tempo e da experiência de vida no próprio corpo é uma forma de dizer "sim" a si mesmo, e de cultivar o amor próprio sem preconceitos e, sobretudo, esteriótipos.


Adaptando e reduzindo o closet

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Meu armário, sem maquiagem, sem produção nem truques de câmeras.
Imagem Dulci Dantas



Tem gente que não acredita. Mas é verdade. Uma estilista - no caso eu - tem um armário de apenas um metro de largura, quatro gavetas e duas prateleiras. Você vai dizer que tenho roupas guardadas em outros cantos da casa, o que não é totalmente mentira. De fato, eu guardo três casacos de inverno e uma bota em outro armário, especial para o inverno. E só.

Verdade que, apesar do ofício no mundo da moda, nunca tive um armário abarrotado. Nunca fui uma compradora compulsiva de roupas, sapatos e bolsas. Depois que minha filha nasceu, meu estilo mudou completamente. Doei uma parte significativa das minhas roupas de trabalho, mais formais e que eu não aguentava mais olhar para elas. Imagina só ir de calça social e scarpin pra pracinha, correr atrás de criança e fazer picnic. Imaginou? Pois é, esse perfil de estilo não cabe mais na minha vida. Precisei adaptar. 



Cada momento com suas particularidades. As diferentes fases da vida pedem atualização no estilo.
Imagem via Pinterest.


Além disso, o preço das roupas no Brasil não está nada acessível. A decisão de sair do emprego para cuidar da minha filha me obrigou a ser ainda mais seletiva, prática, econômica e focada nas compras. Em outras palavras, não está sobrando dinheiro para comprar errado, para comprar por esporte, por puro impulso consumista ou passatempo. Mas, aqui entre nós, que jeito ruim de consumir, não é? Esse jeito inconsciente, que leva nosso dinheiro embora, que abarrota os armários, que só nos deixa mais indecisas na hora de nos vestir, e que nos dá mais trabalho para cuidar, lavar, passar, dobrar e guardar.


No dia-a-dia acabamos sempre vestindo os mesmos "eleitos" de sempre.
Imagem via Pinterest.


Por tudo isso, passei a usar mais as roupas que tenho. Passei a comprar menos e melhor. E, se você se observar direitinho no seu dia-a-dia, vai perceber rápido quais são as suas roupas e acessórios "campeãs de uso". Aquelas peças que você veste e combina "de olhos fechados", e que sempre dá certo. Aqueles sapatos que são "pau pra toda obra", que aguentam o tranco do seu dia sem machucar ou maltratar seus pés. Aquela bolsa que resolve a sua vida. Então... porque ter tantas coisas a mais? 


Com menos roupas e acessórios, percebo que o cuidado e o carinho com as peças são outros. A gente cuida melhor. A gente curte e explora mais as possibilidades de combinações. Na hora de comprar, a gente tem em mente o que já possui para combinar, e erra muito menos. Na hora de viajar, a mala fica pronta em meia hora. Antes, era um tormento para separar o que eu ia levar. Agora não. Levo o que tenho, o que uso todos os dias. Não há mistério.


Importante ressaltar que "menos" não significa "menor". Você pode ter poucas roupas boas, de alta qualidade e incríveis em termos de estilo.
Imagem via Pinterest.


Se você acha que o meu armário (na foto que abre este post) é pequeno, vou logo lhe dizendo que estou doida para retirar, pelo menos, um terço do que você está vendo na foto. São roupas que, apesar de bonitas e novas, na verdade eu não as uso, ou uso tão pouco que não justifica o espaço que ocupam e o trabalho que me dão. Simplicidade é assim. Quanto mais a gente pratica, mais a gente quer se aperfeiçoar. 




Organizando bichinhos de pelúcia

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Essa é a turma da pesada aqui de casa. Mamãe Dulci arrumou a turma para a foto oficial.
Imagem Dulci Dantas


Na semana passada eu contei para vocês como eu organizo a estante de brinquedos da minha filha, no post Como Organizar Brinquedos. Agora quero mostrar para vocês onde ficam os bichos de pelúcia. Toda criança tem bichos de pelúcia. O tempo passa e os brinquedos se modernizam, mas os bichos de pelúcia permanecem os mesmos em tipo, cores e volume. Quem tem criança em casa, tem um monte deles, gostando ou não. Aparentemente é fácil mantê-los em ordem, mas no dia-a-dia vemos que a rotina é bem outra. As revistas de decoração sempre mostram os bichinhos lindamente organizados em prateleiras, estantes ou nichos. Mas, para mim, não funciona. É mais um daqueles casos de descolamento da vida real e da vida nas revistas. Se a sua criança brinca com os bichinhos, assim como a minha brinca todo santo dia (dizendo "Mãe! Ele é tão fofo!"), precisamos então de um esquema prático e acessível para arrumá-los e guardá-los.

O quarto que, hoje, nossa filha ocupa era o escritório-estúdio do marido antes dela nascer. Com centenas de livros, equipamentos e instrumentos. Mas, com a gravidez e a reforma do apartamento para receber Melina, o marido foi despejado desse quarto para um escritório bem menor no que originalmente seria o quarto de empregada do apartamento. Contudo, alguns estojos de guitarra ficaram de fora, e o jeito foi mesmo deixá-los no quarto do bebê. No começo, nenhum problema. A medida que o bebê foi virando criança, e os bichos de pelúcia começaram a bater na porta aqui de casa, decidi adotar os estojos das guitarras como uma espécie de arquibancada para os novos agregados. Sabe que deu certo?


Vida longa ao rock n'roll! A turma já está na arquibanca de estojos, pronta para o show!
Imagem Dulci Dantas

Na foto acima vocês podem ver que os estojos têm um ar retrô, o que me agradou bastante. O bichinhos ficam assim mesmo como vocês estão vendo. Meio juntos, meio amontoados. Há, inevitavelmente, aqueles dias que eles estão bagunçados mesmo, mas sempre na arquibancada. Melina entendeu, desde cedo, que aí é o lugar deles. Ela tem pleno acesso para tirá-los e empilhá-los do jeito que quiser. Afinal, o quarto é dela e os brinquedos também. Vez por outra, eu dou uma ajeitada neles, arrumo um vestido, penteio um cachorrinho, resgato um ou outro que estavam soterrados.

E, para a nossa conversa ser bem franca, é importante dizer que é possível organizar a casa com crianças dentro de certas limitações. A gente precisa aceitar que não vai ficar com cara de revista o tempo todo, e tudo bem. Às vezes precisamos trabalhar a tolerância e o senso de realidade dentro de nós, os pais, e reduzir nossas ansiedades e expectativas nesse quesito. A foto que vou mostrar a seguir é do mesmo ambiente, só que dessa vez arrumado pela Melina. Não me importo muito que os bichinhos não estejam na sua melhor apresentação, mas o fato dela saber, com menos de três anos, o lugar de guardá-los e, efetivamente, colocá-los lá (ainda que meio atropelados), para mim é suficiente para a fase da vida em que ela está. 

Bichinhos de pelúcia "arrumados e organizados" pela Melina, aos dois anos e oito meses de idade.
Esta foto foi tirada exatamente uma semana depois das fotos que abrem este post, onde eu tinha arrumado os bichinhos. Para mostrar para vocês que organização para crianças é uma questão de educação - planejamento, rotina e aperfeiçoamento. Uma hora eles chegam lá!
Imagem Dulci Dantas


Em um outro post que escrevi, entitulado A organização no cotidiano de grandes e pequenos, publiquei a foto abaixo com uma proposta de organização de bichinhos de pelúcia bem similar a que adotei aqui em casa. Você pode produzir um móvel como este a partir de uma gaveta de cômoda, acrescentando pés de madeira, ou rodinhas, e pintando com uma cor graciosa que combine com o quarto. 




Observe bem este móvel. Parece ter sido feito a partir de uma gaveta de cômoda. Que tal tentar esse projeto?
Imagem via Pinterest.


Um pouco diferente do proposto por ambientes ultra decorados e controlados, que vemos em algumas revistas e blogs de decoração, lidar com a realidade de uma casa que têm crianças, considerando a dinâmica de suas brincadeiras, pode exigir que sejamos mais simples, práticos, criativos, bem como pacientes e tolerantes. Mas não menos lúdicos e organizados.


Mudando dos pés a cabeça

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Dá pra manter o charme e um pouquinho de glamour na pracinha, ainda que nos pés.
Imagem Dulci Dantas


No post Adaptando e Reduzindo o Closet, eu falei sobre como a minha opção por deixar o trabalho para cuidar da minha filha em período integral impactou o meu estilo de vestir. Mas confesso a vocês que onde eu primeiro senti a necessidade de mudança foi nos pés, quero dizer, nos sapatos. 

Quando me tornei mãe, passeava diariamente empurrando o carrinho pelas ruas até a pracinha. Voltei a andar a pé, prática que eu havia abandonado aqui em São José dos Campos, pois só andava de carro. Então optei por usar sapatilhas e, no máximo, um salto estilo anabela. Depois que o bebê "desceu do carrinho", eu "desci do salto". Logo eu, que usei salto até para ir para a maternidade.  Eu estranhei. Meu marido estranhou também, porque estava muito acostumado a me ver sempre encima de saltos, tanto para trabalhar como para passear. Mas como eu ia correr atrás da criança, quando ela disparava pela pracinha ou pela rua? Como eu ia entrar no parquinho de areia? Caminhar pela grama com a pequena? E carregar os doze quilos no colo na volta para casa? 

Sou daquelas mães que leva a criança para passear e deixo ela brincar, se sujar, rolar. Fico desesperada quando vejo uma mãe ou um pai levar a criança no parquinho, e dizer para ela com voz brava: "Não pisa na areia para não sujar o seu sapato!". Ué? Porque levou a criança então? Para olhar as outras brincando? Como é possível pisar na areia e impedi-la de entrar nos sapatos?

Por esses motivos todos precisei adaptar meus pisantes. Os passeios mais gostosos com a Melina eram, e continuam sendo, ao ar livre, em parques, jardins, pracinhas e praias. Quase não frequento o shopping com ela. Foi uma verdadeira mudança de cenário na minha vida. Eu, tão urbana, passei a frequentar a natureza. E, com isso, troquei de sapatos literalmente. Decidi que era hora de me adaptar a esta nova fase da vida - na mente, no corpo, no closet e na sapateira, para então curtir bons momentos junto com minha Melina.

Eu não curto tênis. Para mim é um calçado para academia e atividades esportivas. Nunca me sinto arrumada de tênis, e acho que ele me engorda porque encurta minhas pernas. Apesar de ser carioca, gosto de chinelos só para ir a praia, piscina ou em casa. Rasteirinhas, para mim, são como Havaianas. Então o jeito foi optar pela sapatilha. Primeiro, eu destruí uma sapatilha linda indo a pracinha. De tanto pisar na areia, na grama, na lama... a sapatilha se foi. Um dia, por acaso, vi uma sapatilha da Melissa que era, ao mesmo tempo, prática, resistente, confortável e charmosa. Depois das aventuras com a pequena Melina, era só chegar em casa e enfiar a sapatilha dentro do tanque e jogar água. Ficava novinha em folha!


Dupla dinâmica: Crocs e Melissa. Prontas para o que der e vier.
#melinaandme #nósduas #semprejuntas
Imagem Dulci Dantas

Com a pequena não foi diferente. Precisei penar um pouco até descobrir que os sapatos perfeitos para Melina são um par de Crocs, para as atividades mais radicais, e uma Melissinha para os momentos menininha, com possibilidade de sapequices. A idéia é exatamente a mesma da sapatilha. Quando ficam muito sujos, jogo no tanque e escovo com sabão de côco e logo ficam prontos para o próximo passeio. Além de fáceis de limpar, tanto o Crocs como a Melissinha são fáceis de colocar e tirar, e a pequena já sabe calçá-los sozinha, apesar da preguiça. Para os dias de chuva, Melina tem uma galocha Crocs, que enfrenta qualquer poça de água ou de lama. Ela se diverte, e eu não esquento a cabeça.


Carnaval das meninas com muito confete e conforto.
Imagem Dulci Dantas


Com essa pequena mudança de estilo eu relaxei muito na hora de sair. Parei de sofrer cada vez que sujava e estragava um sapato de tanto pisar na terra, na água e no mato. Também me libertei da ansiedade, e da conta, de comprar um monte de sapatos para Melina, todos tão fofos mas tão caros! Na verdade, a criança usa muito esses sapatos tipo Crocs e Melissa para brincar. Aqueles outros lindos, tanto tênis caros como os sapatos de festa, acabam sendo usados pouquíssimo, e logo são perdidos porque os pézinhos não páram de crescer. Além de simplificar a sapateira, minha e de Melina, descompliquei também a hora de sairmos de casa, sobrando mais tempo e bom-humor para curtimos nossa vida juntas. 


Coelhinho da Páscoa

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"Que trazes pra mim?"
Imagens Dulci Dantas 


Na Páscoa do ano passado, minha filha tinha apenas um ano e oito meses de idade. Não seria exatamente uma Páscoa recheada de chocolates, embora ela tenha, pela primeira vez, experimentado dois pequenos ovinhos (essa foi a cota estipulada por nós). Mesmo assim, eu queria criar algo que permitisse a ela comemorar a data festiva. Mas o que fazer para um bebê curtir a Páscoa sem se empanturrar de chocolate?


Siga as pegadas!
Imagem Dulci Dantas


Vi esta idéia em uma revista - cujo nome não me recordo mais, e decidi eu mesma produzir a brincadeira. Foi muito simples. Na véspera da Páscoa, a noite, eu deixei tudo pronto em apenas duas horas. Pela manhã, quando ela acordou e viu as pegadas de coelho pela casa, foi logo tratando de segui-las até chegar na caixa-coelho. Teve a maior surpresa! Ela vasculhou a caixa até conseguir tirar os três balões lá de dentro, e passou o resto do dia brincando com a caixa e os balões. 


Desenhe os olhinhos, os bigodes e a boca com os dentões. Tenha um pouco de paciência ao fazer o recorte da boca. Pode desenhar o nariz ou colar um triângulo feito de cartolina cor-de-rosa.
Você decide como desenhar a carinha do coelho.
Imagem Dulci Dantas



Cole um pedaço da cartolina cor-de-rosa dentro da folha de cada orelha. Se quiser, pode fazer duas pequenas dobras na base das orelhas para dar volume a elas, como eu fiz.
Imagem Dulci Dantas


Para fazer essa brincadeira você vai precisar do material abaixo:

* 01 caixa de papelão (você pode conseguir uma gratuitamente em supermercados e quitandas);
* 02 a 03 folhas de cartolina branca, vai depender do tamanho da caixa que você vai forrar;
* 01 cartolina cor-de-rosa para fazer o interior das orelhas e o nariz;
* 01 caneta pilot de ponta grossa ou tipo "atômico";
* 03 balões nas cores "Azul, Amarelo e Vermelho também"
* Tesoura ou estilete;
* Cola branca para papel;
* As pegadas de coelho eu comprei em uma loja de artigos para festas. Elas são auto-adesivas. Aqui em São José dos Campos eu achei na loja Catavento.


Certifique-se que a caixa tem um tamanho bom para acomodar os três balões dentro dela.
E a abertura da boca deve ser generosa para que os balões passem sem estourar. Para isso, não encha demais os balões.
Imagem Dulci Dantas


Não se preocupe se a forração da caixa ou o traço do desenho não estiverem perfeitos. O meu coelho não estava! A lateral da caixa que eu forrei deu algumas bolhas, porque usei cola demais. E um dos bigodes ficou com traço meio borrado, mas nada disso teve importância. Eu garanto que as crianças nem reparam nestes detalhes. Não deixe de tentar fazer a brincadeira porque você acha que não sabe desenhar ou por puro perfeccionismo. O que vale é o amor e a dedicação. Isso sim, nossas crianças percebem e amam.

Feliz Páscoa!!!


Sobre estar presente

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Com Melina aprendi a ser presente.
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Um dos hábitos mentais que mais me rouba energia e me faz sofrer é a falta de presença. É como se meus pés ocupassem um lugar e a minha cabeça estivesse muito longe dali. Levou um bom tempo para eu perceber como minha mente sempre habitava um lugar diferente daquele que meu corpo ocupava espacialmente. Na verdade, foi graças a um outro ser humano que eu pude  perceber essa desconexão entre corpo (presente) e mente (ausente). Depois disso, constatei com muito choque que passei anos andando por aí sem sequer ver as pessoas que cruzavam meu caminho. 

Com a chegada de Melina em minha vida fui chamada a estar presente - de corpo, coração e mente - o tempo todo. No começo foi muito cansativo e desgastante. Minha mente queria sair correndo o tempo todo, mas meu corpo estava sendo convocado a desempenhar tarefas dentro de um raio muito curto e limitado. Eu, tão acostumada a viajar pelo mundo e com tantas distrações disponíveis para minha mente, estava agora enraizada em casa, com um bebê que solicitava toda minha atenção e foco, por nada menos do que vinte e quatro horas por dia. 

Certa vez, conversando com minha professora de yoga, comentei com ela que, apesar de não conseguir fazer a prática por causa da incompatibilidade de horários, nunca na vida eu tinha praticado o "estar no momento presente" com tanto afinco. 

O processo todo foi - e às vezes ainda é - muito doloroso, porém revelador. Consegui perceber que, parte dos devaneios da minha mente se deviam a cobranças que eu criei para minha própria vida. Se eu estava no fogão cozinhando, a minha cabeça saía correndo para um lugar imaginário onde eu deveria estar trabalhando e ganhando dinheiro, pois eu disse a mim mesma - e acreditei com firmeza - que isso era abandonar "tudo", minha carreira. Se eu estava na pracinha empurrando o balanço, minha cabeça começava a me atormentar porque eu não estava no salão fazendo as unhas, porque eu repetia para mim mesma, com insistência, que eu tinha que estar apresentável o tempo todo, para todos. E se eu estava trocando fraldas, dando banho, arrumando, lavando... minha mente me dizia que eu deveria estar lendo livros. E se eu estava acordada, ela me dizia que eu deveria estar dormindo. E quando eu me deitava para dormir, ela insistentemente me dizia que eu estava jogando tempo precioso fora, deveria ir para algum outro lugar, fazer alguma outra coisa. E assim era a todo instante, em cada lugar que eu punha meus pés, minha cabeça se recusava a aceitar e queria sair dali para outro canto.  


O céu que nos protege.
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Com o passar do tempo, ao longo de mais de dois anos de prática, aprendi a ficar onde meus pés estavam. E foi um assombro enorme, pois nesse dia eu vi o céu, árvores, nuvens, pessoas, "bons dias", uma cidade inteira. De repente uma vida que estava acontecendo ali, bem na minha frente, com olhos vivos e sorriso de dentes de leite. E eu, apesar de todas as infinitas possibilidades, lugares e informações acessíveis, estava apenas aonde meus pés se plantavam, respirando e vivendo. 



Um bom lar para toda a vida

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Imagem Dulci Dantas



"E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus."  
Fabrício Carpinejar em Todo filho é pai da morte de seu pai.



Em seu belo, porém atordoante texto Todo filho é pai da morte de seu pai, Fabrício Carpinejar abraça e revela um cenário que parece ser o cotidiano de um número cada vez maior de famílias: O envelhecimento dos pais. Depois que meu pai e meus sogros envelheceram, enfraqueceram, adoeceram e ficaram acamados, descobri que quase todo mundo tem uma história parecida para contar. E, após viver essa experiência três vezes - primeiro com minha sogra, meu pai e por último meu sogro - e depois de conversar com pessoas que viveram situações semelhantes, posso dizer que tive um aprendizado especial para a minha vida. Um deles foi sobre a importância de cuidar do nosso lar até o fim e, principalmente, para que possamos ter um bom fim. 

Quando nos casamos e constituímos uma família, a casa cheira a nova. Móveis novos, pintura nova, tapetes novos. Enxoval novo. A vida passa, as décadas voam e a casa se desgasta. É normal. Algumas pessoas tem espírito "zelador", como meu pai tinha. Zelador na profissão e também na sua vida doméstica, meu pai mantinha a casa sempre impecável. Pintava todos os cômodos a cada três anos. Mandava forrar sofás que rasgavam, consertar eletrodomésticos que pifavam ou substituía-os por novos. Não era rico - longe disso - mas era muito cuidadoso e amoroso com seus pertences. Eu costumava dizer que ele era o verdadeiro "dono de casa" da nossa família. 

Essa característica do meu pai garantiu a ele um final de vida com a melhor qualidade de cuidados e habitação possível. Meu pai morreu em casa, como era seu desejo. Já acamado, só saía de casa em cadeira de rodas. Mas seu quarto era impecável. Lençóis de cama sempre cheirosos e passados. Comida boa e caseira, feita na hora. Um banheiro sempre limpo e sem o menor traço de qualquer odor desagradável. Roupas limpas, cabelo lavado, bem penteado, unhas sempre cuidadas. Mas, uma boa parte dessa condição de vida com qualidade, apesar do estado de saúde debilitado devido a um AVC, se devem aos cuidados da família e as condições de moradia que possibilitavam que os cuidados fossem exercidos adequadamente. 

Mas, infelizmente, não acontece assim com todo mundo. Com o passar do tempo e o pesar da idade, muitas famílias vão deixando de lado pequenos reparos e cuidados com a casa. Acham difícil promover uma pintura nova, não atualizam os eletrodomésticos, vão se habituando a móveis e objetos quebrados e, assim, vão levando os dias. É mais comum do que se pode imaginar, encontrar idosos vivendo em residências absolutamente precárias.

É muito difícil para aqueles que não estão vivendo situações de cuidados especiais com idosos, imaginar o quão importante é ter uma casa em dia com sua infra-estrutura, mobiliário e objetos de uso diário. O envelhecimento dos nosso familiares nem sempre é percebido em um primeiro momento. Às vezes, levamos anos para entender e aceitar que nossos familiares, de fato, estão velhos e, em muitos aspectos, incapazes de realizar certas funções e tarefas. Há cinco anos atrás escrevi a este respeito no post A Vida em Transformação. Mas, quando nos deparamos com a necessidade de instalação de equipamentos médicos e cuidados em domicilio podemos ter um choque de realidade. Pois, muitas vezes, percebemos que a casa não está em condições plenas de operar com essa nova condição de vida. 


"Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?".  Fabrício Carpinejar em Todo filho é pai da morte de seu pai.


No que diz respeito ao lar e as condições de habitação, a instalação de um homecare exige um bom funcionamento e aparelhagem da cozinha, banheiros e área de serviço. Se a casa possui uma destas áreas em mau estado, os cuidados e o trabalho de familiares e profissionais, tais como acompanhantes, cuidadores e enfermeiros, ficarão prejudicados.  

Em primeiro lugar devemos fazer a seguinte avaliação geral: A casa está em condições de habitação segura, satisfatória e higiênica para o idoso e para empregados, acompanhantes e cuidadores? A seguir apresento requisitos básicos de alguns cômodos e aspectos da casa que devem ser observados e providenciados.

O banheiro.
Verifique se o aquecimento funciona, se há um bom volume de água nas torneiras e descargas. Providencie tapetes antiderrapantes. Veja se é necessário instalar barras de segurança dentro do box. Cortinas no box são perigosas pois são um falso ponto de apoio. Dependendo da condição de saúde, talvez seja necessário remover o box, para que a cadeira de banho possa ser movimentada dentro do banheiro.
Observe em que condições estão os objetos e produtos de toalete do idoso. Toalhas, pentes, tesouras, cortadores de unhas, lixas, barbeadores, secador de cabelo, saboneteira, shampoos, cremes hidratantes, cremes dentais. Na contratação de um cuidador, ele solicitará todos estes itens. Muitas vezes, os filhos precisam ir correndo na farmácia fazer uma compra de higiene básica para que o cuidador possa trabalhar, sobretudo quando os pais, muito velhinhos, moram sozinhos há muitos anos. 

A cozinha.
Verifique se a geladeira está em condições ideais de manter a comida preservada para que não haja  risco de contaminações. Para uma pessoa idosa ou doente, uma intoxicação alimentar pode ser fatal. É possível reservar uma prateleira da geladeira para a alimentação especial do idoso, evitando assim que potes sejam abertos ou mexidos por engano.
Verifique o estado geral do fogão, se todas as bocas funcionam. Forno de microondas e liquidificador são eletrodomésticos importantes para dietas líquidas ou sopas, muito frequente na dieta de idosos. Bem como uma boa e segura panela de pressão - justamente para cozinhar sopas com maior eficiência e rapidez. Um jogo de panelas básicas e alguns potes para armazenar comida na geladeira, preferencialmente de vidro, pois são mais fáceis de serem higienizados. Uma bandeja para alimentação na cama, se for o caso. Uma louça simples mas adequada ao tipo de alimentação que o estado de saúde exige, como um prato fundo para sopas, potes, canecas fáceis de ser seguradas por mãos frágeis e enfraquecidas. Guardanapos que possam servir de babador e jogos americanos são muito úteis.

Abastecimento de água.
Verifique a origem da água que se ingere na casa. Verifique se os filtros são limpos com frequência, ou os aparelhos onde são acondicionados garrafões. Estes últimos costumam acumular poeira no seu interior.
Uma moringa para água é essencial. Tenha uma daquelas cujo copo serve de tampa, mantendo a garrafa sempre fechada. São muito úteis para se deixar próximo ao idoso, pois nessa fase da vida é comum perder a sensibilidade para a sensação de sede. É preciso oferecer água com frequência, e com a garrafa por perto evita-se o esquecimento e a desidratação.

Área de serviço.
Um cômodo de extrema importância, pois com pessoas idosas ou doentes, sobretudo se acamadas, há uma rotina de faxina além de lavanderia e passadoria de lençóis, fronhas, todo tipo de toalhas e panos de limpeza. Por isso, tente manter a área de serviço destralhada, com espaço livre para trânsito e para um bom desempenho das tarefas necessárias.
Uma máquina de lavar roupas eficiente e em bom estado é imprescindível, bem como um varal e um tanque, este último para deixar roupas e panos de limpeza de molho. As vezes que presenciei o uso mais intenso de uma máquina de lavar roupas em uma casa coincidiram justamente com os extremos da vida: Com o nascimento de um bebê, e com uma pessoa idosa no fim da vida. Acreditem em mim.

O lixo.
Tenha de duas a três latas de lixo médias com tampa. Evite latas de lixo pequenas porque elas não dão conta do recado, além de deixar escapar odores desagradáveis e exigir que sejam trocadas várias vezes ao dia. Uma para o lixo orgânico da cozinha, outro para recicláveis e, se o idoso utilizar fraldas geriátricas, tenha uma lata de lixo somente para este fim, com sacos plásticos em tamanho suficiente para acondicioná-las, bem como lenços umedecidos, papel higiênico e demais materiais descartáveis utilizados para a higiene da pessoa.
Se houver utilização de material médico como sondas e seringas, por exemplo, é necessário um descarte especial. Informe-se como descartar esse material corretamente para não ocorrer contaminação e acidentes com as pessoas que manuseiam o lixo, como a própria família, a empregada ou diarista, os cuidadores e empregados do prédio e lixeiros.
E ainda, certifique-se de ter uma rotina eficiente de saída do lixo, para que não se transforme em um bota-fora contínuo durante o dia e a noite. 

A faxina.
Verifique o arsenal de faxina da casa. Vassouras, rodos, panos de chão, pás, baldes, bacias, prendedores de roupas e produtos de limpeza. A rotina de uma casa onde reside um idoso acamado não combina com sujeira nem desorganização. É preciso ter condições de realizar uma boa limpeza  na casa. 


Em suma, idosos deveriam residir em lares em boas condições de limpeza, infra-estrutura e funcionamento. Mas, infelizmente, nem sempre isso acontece. Muitos idosos passam a residir sozinhos, às vezes sem uma empregada ou diariarista sequer que os auxiliem com faxina e cuidados com a roupa. Nem sempre os filhos são tão presentes como gostariam ou deveriam, devido a atribulada vida de nossos tempos. Ou porque lidar com a velhice dos pais é muito difícil. Ou ainda, porque os pais são teimosos e não aceitam nenhum tipo de interferência na casa, o que é normal, uma forma de tentar manter a autoridade e poder sobre a própria vida até o último minuto possível. Por todos estes motivos, e outros tantos, a residência de pessoas idosas e suas condições de vida podem se tornar muito precárias na reta final, prejudicando enormemente a qualidade dos cuidados necessários. 

Que esta troca de experiência sirva de inspiração - e força - para aqueles que, nesse momento, trocaram de lugar com seus pais, sogros e avós. Aqueles que, sendo jovens, cuidarão de seus velhos. E que o lar continue sendo acolhedor e seguro em todas as fases da vida.



*Este post é dedicado com carinho para minha querida Lucie, meu amado pai Cesário, meu adorado sogro Stephan e meu tio Germano... pela riqueza da convivência e por terem proporcionado preciosas lições de vida até o último momento.



Memória afetiva

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É no cotidiano que construímos nossas memórias afetivas.
Imagem Dulci Dantas



Nas últimas semanas tive contato com fatos interessantes na vida de duas amigas. Uma delas, médica em missão com os Médicos sem Fronteiras, relatou a dura e triste realidade das crianças atingidas - no corpo e na alma - pela guerra no Iraque. A minha outra amiga, vizinha e mãe de uma amiguinha da minha filha, foi chamada na escola. Com o coração apertado, ela foi conversar com a professora. O que seria? A escola queria conversar com a mãe porque a pequena estava abraçando demais os coleguinhas. Alguns ficavam até bravos, pois a menina abraça com gosto, abraço de alegria, de afeto, de carinho. Quando ela e minha filha se encontram sempre rola o maior abraço de felicidade. A minha amiga, um pouco atônita, compartilhou essa experiência no perfil dela em uma rede social. Eu, que acabara de ler o relato da minha primeira amiga médica, respondi para minha amiga vizinha:"O mundo vai ter que se acostumar com o Amor!".

De um lado do mundo a infância que chora. Do outro lado, a infância que abraça. Quando foi que abraçar virou problema de disciplina escolar? Não consegui resistir a juntar os dois acontecimentos, misturá-los dentro de mim e fazer a seguinte pergunta: É possível que, num mesmo mundo, crianças sejam repreendidas por abraçar os amigos, enquanto outras morrem asfixiadas por efeito de armas químicas?

Tudo isso me fez refletir ainda mais sobre um assunto no qual venho pensando há tempos, desde que minha filha nasceu: Memória Afetiva.

O nascimento dos filhos parece ter o poder de resgatar do fundo de nós camadas sedimentadas de sentimentos, sensações e experiências. Desde o primeiro momento de vida de Melina, me senti profundamente responsável por criar as condições mais favoráveis para que ela possa construir suas próprias memórias afetivas, de maneira positiva e saudável. E então descobri que isso envolve tudo: A vida com todas as suas facetas, todos os dias e momentos de convivência, e também de ausência. Desde a maneira como você desperta a criança pela manhã e lhe dá bom dia. Os alimentos que você oferece a ela, e como compartilha as refeições em família. O contato visual que fazemos com a criança, quando ela precisa se sentir segura, reconhecida, vista. O tempo que dedicamos a estar com ela e conhecê-la. Os cuidados no vestir, no banhar, no ninar, no acolher. Em como transformamos momentos simples e cotidianos em memórias da infância de um ser humano, que nós decidimos trazer para o mundo. Memórias que fundam a base emocional, que escrevem os primeiros capítulos de uma história de vida. Foi então que o relato da minha amiga médica me impactou de uma maneira profunda. O que está sendo impresso na memória afetiva das crianças que têm sua infância agredida pela guerra? 

Mas, se nem todos nós podemos atuar diretamente para amenizar as dores do mundo, podemos sim contribuir para que as nossas crianças construam suas memórias afetivas de maneira saudável e feliz. Como ajudá-las a criar essa base emocional que sustentará os adultos que elas serão? 

Devemos ter em mente que a rotina, bem como a sua quebra, pode gerar memórias afetivas aconchegantes, nas quais estes seres humanos se reconfortarão e sustentarão durante toda a sua  jornada. Estar presente e atento ao momento vivido é fundamental para criar valor emocional a partir  de atitudes aparentemente simples, e até repetitivas do nosso cotidiano: A lembrança de um pai que chega sempre acompanhado do melhor cheiro de pão quentinho do mundo. A mãe que oferece o abraço perfumado na saída da escola. A visão das folhas dançando ao vento, no vai-e-vem do balanço da pracinha. O gosto salgado de uma praia que marcou todo o corpo, todos os sentidos, durante as férias. A sensação refrescante e alegre de pular em poças d'água em um dia quente de verão. A lembrança de músicas cantadas dentro do carro ao ir para a escola ou durante uma viagem.


Felicidade é pular em poças d'água.
Imagem Dulci Dantas



Infelizmente, a infância do nosso tempo é constantemente ameaçada por guerras, violência, abandono, pobreza extrema e negligência. Mesmo a infância privilegiada, a que está livre destes problemas agudos, tem sido muito privada da convivência com os pais e da vivência de momentos simples e prazerosos. A pressa, a ausência, a ansiedade, o trabalho excessivo, a falta de tempo, a tecnologia viciante são elementos nocivos a construção de momentos saudáveis, capazes de imprimir felicidade, auto-estima e segurança na memória afetiva de nossas crianças.


Diversificando os espaços do brincar

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Vamos fazer comidinha?
Imagem Dulci Dantas


No post Como organizar brinquedos, mostrei fotos aqui de casa, da estante de brinquedos da minha filha e como os guardamos. Além do quarto dela, criei um outro ambiente de brincadeiras na área de serviço, ao lado da cozinha. Com apenas um ano e meio de vida, Melina ganhou esta cozinha de presente de Natal. Ela adorou, e até hoje brinca bastante com ela. 

A dica para colocar essa mini-cozinha na área de serviço veio de uma amiga minha. O filho dela também tem uma cozinha igual, e enquanto ela fazia o almoço, o menino brincava de fazer comidinha. Achei genial, e aceitei a dica. Todas as vezes que eu ia cozinhar o almoço, Melina ficava pedindo minha atenção. Com essa nova área de brincadeiras pertinho da cozinha, tudo mudou. Enquanto eu cozinhava o almoço, ela brincava de fazer comidinha no fogão dela. 

Contudo, o fogão traz um grande número de componentes como panelas, bule, xícaras, pratos, talheres, saleiro e pimenteiro. Melina espalhava tudo pela área de serviço. Depois de servir o almoço e lavar a nossa louça (a de verdade), eu tinha que ficar catando aquela "segunda louça" espalhada no chão. Foi aí que eu tive uma idéia de utilizar uma cestinha que eu tinha no meu banheiro (coincidentemente da mesma cor do fogão), para guardar toda a "mini-louça". Levou um tempinho para eu educar a minha filha para, ao terminar de brincar, recolher todas as peças da brincadeira dentro da cestinha. Mas logo ela entendeu, e hoje fica fácil pôr ordem na bagunça da cozinha dela.





Acima, vocês podem ver à esquerda como o fogão deveria ficar montado. Qual a chance de uma criança de dois anos colocar todos os itens nos seus devidos lugares? Já na foto da direita, como o brinquedo fica guardado no dia-a-dia. Muito mais fácil, prático e ao alcance da criança. 


A cesta funciona como um escorredor de pratos. Acabou a comidinha? Vai tudo pra cesta.
Imagem Dulci Dantas


Cestinha básica comprada na Multicoisas. 
Imagem Dulci Dantas


Uma vez por mês, eu chamo Melina para limparmos o fogão - tarefa que ela adora! Passamos um paninho úmido por todo o fogão, tiramos todo o pó que acumula. E, depois, vamos para a pia da cozinha lavar toda a "louça". Melina tem um avental do tamanho dela que eu comprei na feira, para utilizar durante a função.  Lavamos tudo e colocamos na cestinha para escorrer e secar. É uma atividade que ela curte e que ensina a ter zêlo pelo brinquedo, além de educá-la para a sua própria vida doméstica futura.

A idéia de diversificar os espaços do brincar da criança é muito válido. É uma ilusão pensar que ela vai brincar somente no quarto dela. E, para evitar que toda a casa vire um playground, com brinquedos espalhados por todos os cantos, o ideal é criar espaços bem delimitados e organizados para as diversas brincadeiras. As crianças entendem bem esses limites quando, uma vez dentro deles, são livres para brincar. Em outras palavras, quando Melina está na cozinha dela, pode espalhar colheres, copinhos, pratos e panelas. Mas estes dificilmente vão para a sala ou para o quarto. Com isso, a criança brinca livre dentro do espaço definido pelos pais e, depois que termina a brincadeira, fica fácil para ela e para os pais recolherem tudo e recolocar as coisas no seu devido lugar.







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