Não é tão fácil quanto parece. Ficar bem quando se está sozinho e desfrutar da própria companhia requer uma gentileza com si próprio que muitos de nós não temos.
Somos inclinados a uma tendência - não sei porque nem de onde vem - a sermos excessivamente críticos com nós mesmos. Criticamos nossa aparência, nossa inteligência, nossas capacidades e competências em um discurso interno auto-sabotador quase que ininterrupto e imperceptível.
E além da auto-crítica feroz, temos o hábito de cobrarmos a nós mesmos atitudes, posturas e realizações que nem o mais cruel dos chefes cobrariam. Temos a inclinação de nos sentirmos culpados por muitas coisas, por não conseguirmos atender a expectativa idealizada de uma vida perfeita, bela, feliz, dinâmica, rica, sustentável, caridosa, emocionante e cheia de amor.
Não é de se estranhar portanto que, nossa própria companhia não nos seja atraente. Buscamos assim pessoas que nos destraiam de nós mesmos, de nossa auto-crítica e nossa cobrança insana. Esse movimento de buscar distração do nosso interior nos leva a buscar pessoas não porque estamos interessadas nelas, mas porque fugimos de nós. E também nos faz adiar indefinidamente o encontro com quem realmente somos, com o mundo interior que nos torna realmente autênticos.
Um exercício diário de "auto-gentileza" pode resgatar nossa auto-estima e nosso interesse por nós mesmos. Podemos fazer as pazes conosco e passar a usufruir de nossa própria companhia com mais serenidade, alegria e satisfação. Amenizar as críticas em nossos discursos internos, reconhecer que nossas expectativas estão muito altas, valorizar nossas conquistas, comemorar bons momentos a sós e em paz consigo mesmo.
E já que o final de semana está chegando, que tal tal marcar um encontro com o seu melhor-amigo-você-mesmo?